PF indicia Temer, filha e mais 9 no inquérito dos portos e pede prisão do coronel Lima
- Jefferson Coppola I Folhapress
- 17 Out 2018
- 07:53h
Foto: Reprodução google
A Polícia Federal concluiu inquérito do chamado "decreto dos portos" e pediu indiciamento e bloqueio de bens do presidente Michel Temer, da filha dele, Maristela, e de mais nove pessoas. A investigação foi conduzida pelo delegado Cleyber Malta Lopes. No relatório, a PF ainda pediu a prisão preventiva do coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente, e de outras três pessoas. Um dos focos da investigação é um decreto sobre o setor portuário editado no governo Temer. As suspeitas são de que Temer poderia ter agido para beneficiar empresas do setor em troca de propina. As suspeitas foram levantadas a partir da delação da JBS. O inquérito no STF foi aberto em setembro do ano passado. O presidente tem negado a prática de qualquer irregularidade. Relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luís Roberto Barroso encaminhou o documento à PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta terça-feira (16) e vai esperar manifestação sobre se a procuradora-geral, Raquel Dodge, apresentará ou não denúncia sobre o caso. Barroso também solicitou à PGR que se manifeste sobre os pedidos de prisão e de bloqueio de bens apresentados no relatório da PF.
Confira a lista dos 11 indiciados, de quem a PF também pede bloqueio de bens:
Michel Temer - presidente da República
Rodrigo Santos da Rocha Loures - ex-assessor do Planalto
Antônio Celso Grecco - executivo da Rodrimar
Ricardo Conrado Mesquita - executivo da Rodrimar
Gonçalo Borges Torrealba - um dos sócios do grupo Libra João Baptista Lima Filho - ex-coronel da PM e amigo de Temer
Maria Rita Fratezi - mulher do coronel Lima Carlos Alberto Costa - sócio do coronel Lima na Argeplan
Carlos Alberto Costa Filho - sócio do coronel Lima na AF Consult
Almir Martins Ferreira - contador da Argeplan
Maristela de Toledo Temer Lulia - filha do presidente Temer
Foto: Reprodução Google
Os investigados foram indiciados pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Sobre esta última modalidade, o grupo estaria dividido em quatro núcleos: político, administrativo, empresarial (ou econômico) e operacional (ou financeiro). "De acordo com o Relatório, foram produzidas, no âmbito do inquérito, provas de naturezas diversas, que incluíram colaborações premiadas, depoimentos, informações bancárias, fiscais, telemáticas e extratos de telefone, laudos periciais, informações e pronunciamentos do Tribunal de Contas da União, bem como foram apurados fatos envolvendo propinas em espécie, propinas dissimuladas em doações eleitorais, pagamentos de despesas pessoais por interpostas pessoas – físicas e jurídicas –, atuação de empresas de fachada e contratos fictícios de prestação de serviços, em meio a outros", diz trecho do despacho do ministro.
A PF pediu a prisão preventiva de quatro pessoas. São elas:
João Baptista Lima Filho
Carlos Alberto Costa
Maria Rita Fratezi
Almir Martins Ferreira
O ministro Barroso ainda determinou que não saiam do país nenhuma das pessoas com pedido de prisão. A reportagem do UOL ainda não teve acesso ao relatório da Polícia Federal.