Produção agrícola baiana cresce quase 40%

  • O Correio
  • 30 Jul 2018
  • 18:04h

As frutas fresquinhas, vistosas e cheirosas chamam a atenção de quem passa em frente à banca de seu Luís Ribeiro, na Ceasa do Ogunjá. O comerciante costuma decorar as prateleiras com capricho. “Já tenho minha clientela certa. Mesmo com a crise econômica, eles sempre vêm aqui”, diz o comerciante que ocupa o ponto há mais de 30 anos. Além de uma bem-sucedida estratégia de venda, a banca de seu Luís é uma vitrine do potencial e das transformações da agricultura baiana nos últimos 11 anos.  A maior parte dos legumes, verduras e frutas vendidas no local brotou em lavouras da Bahia.  Mas nem sempre foi assim. “Há onze anos, 60% dos nossos produtos eram de fora e 40% eram daqui. Agora a realidade é outra: 70% é daqui, dessa terra abençoada que é a Bahia. Só 30% vem de fora, como o kiwi, as ameixas e as maças. Quase tudo vem do interior do estado, até as uvas”, explica seu Luís. O depoimento dele ajuda a comprovar os dados preliminares do Censo Agro. A agricultura baiana cresceu, ganhou diversidade e passou a fornecer alimentos que antes só eram encontrados em outros estados. A diferença do volume da produção agrícola da Bahia entre 2006 e 2017, chega a 38,3%, segundo o IBGE. Ano passado saíram dos campos do interior do estado mais de 18 milhões de toneladas de alimentos.  São mais de 5 milhões de toneladas além do volume que o estado era capaz de produzir em 2006.  É esta produção agrícola abundante que enche as prateleiras dos mercados, feiras livres e bancas  que se espalham pelas ruas da capital baiana. Quem nunca se perguntou de onde vem tantos morangos, tangerinas e limões vendidos até nas sinaleiras de Salvador? Os revendedores se multiplicaram por todos os bairros da capital. Por certo, consequências de um país em crise, que impulsiona o mercado informal. Mas, sobretudo, retrato de uma agricultura que se faz aqui, dentro das fronteiras baianas, para abastecer o mercado interno.


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