Propina era paga em parcelas de R$ 500 mil para caber em mochila, diz ex-Odebrecht

  • 24 Mar 2017
  • 15:13h

(Foto: Reprodução)

O ex-diretor da Odebrecht Hilberto Mascarenhas relatou ao Tribunal Superior Eleitoral que uma das regras para o pagamento de propina a políticos e intermediários era que o pagamento máximo feito em dinheiro não poderia ultrapassar R$ 500 mil. Ele explicou que a regra se devia ao fato de que a quantia era o máximo que cabia em uma mochila.No início de março, o executivo falou ao TSE como testemunha nas ações que tramitam no tribunal pedindo a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer por suposto abuso de poder político e econômico na eleição presidencial de 2014.Mascarenhas era o responsável pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, setor que ficou conhecido como departamento de propina.Ao narrar como se dava o repasse de propina, o ex-executivo afirmou que, ao tomar conhecimento dos pagamentos a serem feitos, ele e sua equipe tinham que "criar uma alternativa" para disfarçar o montante."Se eu tenho um pagamento de R$ 2 milhões, isso é uma mala. Ninguém pode estar transitando na rua com uma mala com R$ 2 milhões. Então, existiam também regras como, por exemplo, o valor máximo a ser pago era de R$ 500 mil, que cabia dentro de uma mochila", afirmou o ex-dirigente da Odebrecht."Se você tinha R$ 2 milhões a receber, você ia receber quatro vezes 500 [mil]. E aí tinha que ser combinado alguma coisa. Mas nem sempre, ministro, com o interessado final. Às vezes, tinha muito preposto", explicou.Durante o depoimento, Mascarenhas também relatou que os pagamentos em dinheiro eram feitos em "todos os lugares", desde hotéis a "cabaré"."Em todos os lugares. Você não tem ideia dos mais lugares absurdos se encontra, no cabaré...".

 


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