Artistas negros explicam boicote ao Oscar

  • 31 Jan 2016
  • 10:01h

(Foto: Reprodução)

Will Smith, Spike Lee, Snoop Dogg e Jada Pinkett-Smith anunciam que vão boicotar/não participar da premiação do Oscar 2016 por conta da falta de negros entre os indicados. Idris Elba, George Clooney, Lupita Nyong’o,e  Mark Ruffalo apoiam o boicote. É o segundo ano consecutivo em que nenhum ator negro é indicado para ganhar estatuetas. A última vez que aconteceu algo semelhante foi  em 1997 e 1998. A falta de diversidade não é uma questão bem resolvida no Oscar que segue majoritariamente sendo dado por homens brancos a homens brancos. Por exemplo, o papel de Will Smith em “Um Homem Entre Gigantes” é um dos apontados como esquecidos pelo Oscar. Além dele, fala-se de Michael B. Jordan (“Creed: Nascido para Lutar“) e Idris Elba (“Beasts of No Nation”). Nas redes sociais, aumenta a mobilização com a hastag #OscarsStillSoWhite (#OscarAindaMuitoBranco). A imagem abaixo, mostra os indicados para o Oscar neste ano.

 

 

A partir do alto e da esquerda: Bryan Cranston, Matt Damon, Michael Fassbender, Eddie Redmayne, Leonardo DiCaprio, Brie Larson, Saoirse Ronan, Charlotte Rampling, Jennifer Lawrence, Cate Blanchett, Mark Rylance, Christian Bale, Tom Hardy,  Sylvester Stallone, Mark Ruffalo, Alicia Vikander, Rachel McAdams, Rooney Mara, Kate Winslet e Jennifer Jason Leigh. Will Smith disse que a “exclusão” dele não foi a única por trás da decisão do boicote pela esposa, Jada Pinkett Smith. Ele afirma que Pinkett Smith faria o mesmo vídeo de desabafo e repúdio caso ele fosse o único negro a receber uma indicação. Nesse vídeo, ela diz: “Implorar reconhecimento, ou até pedir, diminui a nossa dignidade, diminui o nosso poder e nós somos um povo digno e poderoso”. Ela segue: “A Academia tem o direito de reconhecer seja lá quem eles escolham. De convidar seja lá quem eles queiram”. A atriz propõe ações:  “E eu acho que é nossa responsabilidade, agora, fazer a mudança. Talvez seja a hora de juntarmos nossos recursos e aplicarmos em nossa comunidade, em nossos programas, e fazer programas para nós mesmos, que nos reconheçam de uma forma em que a gente ache adequado, e que sejam tão bons quanto os da grande mídia. Implorar por reconhecimento, ou mesmo pedir por reconhecimento, diminui a dignidade e o poder. E nós somos pessoas dignas e poderosas. Não vamos esquecer disso. Então deixa a Academia fazer isso, com toda graça e amor, e vamos nós fazer diferente.” Jada Pinkett Smith cita Chris Rock no vídeo porque o ator negro será o apresentador da cerimônia este ano. Existe a expectativa para saber a reação dele ao boicote. Por enquanto, ele apenas brinca com a situação em suas redes sociais. “Os indicados refletem a Academia”, disse Will Smith. “A Academia reflete a indústria (Hollywood) e então a indústria reflete os Estados Unidos. Há um deslize regressivo em direção ao separatismo, à desarmonia racial e religiosa e esta não é a Hollywood que eu pretendo deixar para trás. Estamos todos nisso juntos. Temos que perceber e temos que consertar isso.” Já o diretor Spike Lee tenta não se associar a ideia de boicote: “Nuca usei a palavra boicote”, disse Lee em uma entrevista ao programa “Good Morning America” da ABC. “Tudo o que eu disse foi: eu e minha linda esposa Tonya não iremos. Foi isso, e dei o motivo.” Antes, ele disse para a presidente da academia que estava ‘de coração partido’ pela falta de diversidade na lista e havia publicado no Instagram uma foto de Martin Luther King. Na legenda ele diz que era inaceitável que, por dois anos seguidos, somente atores brancos fossem indicados ao prêmio.A reivindicação por mais oportunidades vem acontecendo em outras premiações. No Emmy do ano passado, a atriz Viola Davis fez um discurso emocionante sobre esta situação. 


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