BUSCA PELA CATEGORIA "Saúde"

EUA vão testar vacina contra o Zika em humanos antes do fim do ano

  • 18 Fev 2016
  • 20:04h

(Foto: Reprodução)

O grupo farmacêutico norte-americano Inovio Pharmaceuticals informou hoje (17) que iniciará testes da vacina contra o vírus Zika em humanos antes do fim deste ano. A decisão foi anunciada após testes conclusivos em ratos. “Os testes pré-clínicos mostraram que a vacina sintética contra o vírus Zika desencadeia respostas duradouras e imunes, demonstrando o potencial (…) para prevenir e tratar as infeções causadas por esse patógeno”, disse a Inovio em comunicado. O grupo farmacêutico vai começar imediatamente os testes em macacos, para depois avançar para os seres humanos, antes do fim do ano. Essa última etapa deverá conduzir, em seguida, a um pedido de colocação da vacina no mercado, indicou a Inovio, que pretende pedir às autoridades sanitárias uma análise acelerada do seu caso.

 

A vacina é sintética, ou seja, não é desenvolvida em um vírus vivo, mas em um pedaço de DNA do vírus e pode, por isso, ser conservada sem refrigeração durante várias horas. Na Bolsa de Wall Street, as perspetivas positivas fizeram subir de US$ 6,16 para US$ 6,98 as ações Inovio nas primeiras transações.Além da Inovio, mais de uma dezena de grupos farmacêuticos, como o francês Sanofi Pasteur e o indiano Bharat Biotech, trabalham numa vacina contra o Zika, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).Não existe, até agora, qualquer medicação para combater o vírus, suspeito de ter uma relação direta com casos de microcefalia e de estar também ligado à síndrome neurológica de Guillain-Barré.A OMS prevê uma propagação “explosiva” do Zika no continente americano, com entre três milhões e quatro milhões de casos este ano.

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Brasil investiga 3.935 casos suspeitos de microcefalia

  • 17 Fev 2016
  • 19:01h

(Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde informou hoje que investiga 3.935 casos suspeitos de microcefalia. Até o dia 13 de fevereiro, 837 casos foram descartados de um total de 5.280 notificações de estados e municípios ao governo federal. Os números foram divulgados pelo secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Carlos Nardi, durante a Reunião Internacional para Implementação de Novas Alternativas para o Controle do Aedes aegypti. O boletim epidemiológico completo deve sair na tarde de hoje. O boletim anterior indicava um total de 462 casos confirmados de bebês que nasceram com microcefalia, sendo 41 deles relacionados à infecção pelo vírus Zika. 

Plano da OMS para combate ao zika custará US$ 56 milhões até junho

  • 17 Fev 2016
  • 17:01h

(Foto: Reprodução)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que vai precisar de US$ 56 milhões para implementar seu plano de combate à disseminação do vírus da zika. O projeto tem duração prevista até junho, quando deve ser reavaliado. O "Plano de Arcabouço para Reação Estratégica e Operações Conjuntas", elaborado pela entidade, inclui medidas como fortalecimento de vigilância para a doença, combate ao mosquito, trâmite acelerado para pesquisa de vacinas e desenvolvimento rápido de diagnósticos. Do total necessário ao projeto, US$ 25 milhões seriam bancados pela própria OMS e pela OPAS (Organização Panamericana de Saúde) e outros US$ 31 milhões sairiam de parceiros. O montante anunciado, que servirá para coordenar os esforços de combate ao vírus, não inclui gastos de pesquisa prometidos por países individualmente e as verbas necessárias para pesquisa anunciadas por laboratórios privados e universidades. É provável que, no setor de pesquisa, a maior parte do dinheiro não seja aquele canalizado para a OMS. O governo dos EUA, por exemplo, está negociando a liberação de US$ 1,8 bilhão para um fundo de emergência de combate ao vírus, que vai bancar cientistas trabalhando no problema.

 

Distribuição da verba
A primeira das duas metas de pesquisa anunciadas pela OMS é entender a ligação entre o zika e a síndrome de Guillain-Barré. A segunda é acelerar a criação de vacinas, diagnósticos e terapias. Essas duas iniciativas receberão US$ 6 milhões inicialmente. Outro objetivo do plano é tornar mais homogênios os critérios para diagnóstico e notificação da infecção pelo vírus e seus males associados, de forma que fique mais claro o mapa da epidemia. Esse segmento do plano dedicado à vigilância da epidemia e ao mapeamento de distribuição do Aedes aegypti, receberá US$ 7 milhões. O atendimento a gestantes com zika e acompanhamento de mães de crianças nascidas com microcefalia também estão contemplados no projeto, com US$ 14,2 milhões alocados. O plano também possui um braço de ação comunitária e comunicação para explicar os riscos associados ao zika em áreas afetadas e promover o comportamento adequado. Esse setor do plano contará com US$ 15,4 milhões. Parte da verba também se destina a "desmentir boatos e equívocos culturais", além de "reduzir a ansiedade" e "lidar com o estigma" em torno da doença. O braço do plano para "controle de vetores" (combate ao mosquito) contará com US$ 6 milhões inicialmente, dirigido a países que abrigam o Aedes. Parte da verba também deve ser usada para distruibuição de repelentes, com prioridade para gestantes e mulheres em idade fértil. O esforço de coordenação entre todas essas áreas deverá custar US$ 6,1 milhões. A OMS não detalhou quanto cada país vai receber de todo o montante previsto no plano. O fator vai depender de três fatores: a presença do Aedes no país, o registro de casos de zika e a presença de malformações e síndromes neurológicas associadas ao vírus.

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Brasil e EUA iniciam novo estudo sobre Zika e microcefalia

  • 16 Fev 2016
  • 20:01h

O vírus da zika (pontos pretos) em tecido humano numa imagem de microscópio eletrônico (Foto: Cynthia Goldsmith/CDC)

Um estudo sobre a relação entre o vírus da zika e os casos de microcefalia começa a ser realizado nesta terça-feira (16) na Paraíba, em uma parceria do Ministério da Saúde com 17 técnicos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A colaboração já tinha sido anunciada pela pasta e deve durar cerca de 50 dias. Segundo o ministério, os técnicos vão coletar informações com mulheres que tiveram filhos recentemente na região, com e sem microcefalia. A Paraíba é o segundo estado com o maior número de casos suspeitos da malformação – foram 54 confirmados, 275 descartados e 427 sob investigação até esta terça.

 

O objetivo do estudo, segundo a pasta, é estimar uma proporção de recém-nascidos com microcefalia relacionada ao vírus da zika, além do risco de infecção pelo micro-organismo. Além dos 17 membros do CDC, nove técnicos do ministério e membros do governo local devem colaborar com a investigação. Os pesquisadores norte-americanos também devem se reunir com autoridades locais e coletar amostras de sangue para exames complementares. Além do vírus da zika, a equipe deve testar a presença de causadores da microcefalia, como o citomegalovírus e a toxoplasmose. Equipes do CDC atuam no Brasil para investigar o surto de doenças relacionadas ao Aedes aegypti desde o ano passado. Atualmente, o centro participa de um estudo na Bahia sobre a síndrome de Guillain-Barré, que também teria relação com o contágio por zika, e colabora com a Fiocruz em estudos laboratoriais de microcefalia em Pernambuco. O estudo a ser iniciado na Paraíba não tem previsão para a divulgação dos resultados. As investigações de campo sobre Guillain-Barré na Bahia já foram concluídas, mas ainda não havia resultados divulgados até esta terça.

‘Sem dúvidas’
Na quinta (11), o ministro Marcelo Castro afirmou que o governo brasileiro não tinha mais dúvidas sobre a relação do vírus da zika com a microcefalia. O que os pesquisadores investigam agora, segundo ele, é a existência de outros fatores "colaterais". "Não há a menor dúvida de que o fator determinante da epidemia de microcefalia que temos no Brasil é a epidemia de zika. O que nós vamos investigar agora é se há outros fatores adicionais, outras influências. Nós não temos hipóteses, tudo ainda vai ser investigado", disse, ao anunciar uma parceria internacional para desenvolver uma vacina contra o vírus. O governo também estuda parcerias com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) e com o laboratório GSK, envolvidos no desenvolvimento da vacina contra o ebola. Até esta terça, os acordos de cooperação não haviam sido anunciados oficialmente. "O presidente Obama mandou um projeto ao Congresso pedindo US$ 1,8 bilhão para ações contra o vírus zika. Aqui, compreende-se desenvolvimento de pesquisas, vacinas, medicamentos e ações de controle de epidemiologias", diz Castro. Até esta terça, os governos do Brasil e dos Estados Unidos não haviam anunciado nenhuma quantia a ser 

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Ministro diz que governo cogita multa federal a donos de imóveis fechados

  • 16 Fev 2016
  • 07:01h

(Foto: Reprodução)

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda-feira (15) que o governo estuda a possibilidade de estabelecer multa federal para proprietários de terrenos baldios e imóveis fechados que possam se transformar em locais de reprodução do mosquito Aedes aegypti. Wagner afirmou que o governo federal vai sugerir a adoção da multa aos prefeitos, mas disse que a presidente Dilma Rousseff pediu à Advocacia Geral da União (AGU) um estudo que aponte se é viável uma multa federal. O ministro deu a declaração após uma reunião com Dilma e outros seis ministros sobre estratégias para conter a expansão do Aedes, transmissor dos vírus da dengue, da zika e da chikungunya. "Dentro dessa reunião, veio a possibilidade de estabelecimento de multa como forma de acionar os proprietários de terrenos baldios ou residências e casas fechadas. Alguns municípios já aplicam, como Aracaju, e a presidenta encomendou rapidamente um estudo à Advocacia-Geral da União para saber se cabe esse tipo de multa estabelecida a nível federal, já que estamos em uma emergência de saúde", disse o ministro. Embora o estudo tenha sido encomendado à AGU, Wagner afirmou que é "mais próprio" a aplicação desse tipo de multa pelos municípios. "De qualquer forma, vamos fazer essa sugestão para os prefeitos. Do ponto de vista municipal, é muito mais próprio esse tipo de multa. [...] Até porque, se não punir as pessoas que mantêm [os focos], quer dizer, você arruma 99 casas e deixa uma, aí fica impossível", acrescentou. Perguntado sobre quem seria multado, o ministro respondeu que seriam pessoas que "se recusassem ou reincidirem em manter focos". "Se ela [a pessoa] não deixar entrar, nós vamos entrar por força da medida provisória. Chega lá, você tem foco, a pessoa está infestando sua rua e seu município. Cabe multa pela irresponsabilidade da manutenção do imóvel, seja terreno ou casa fechada", declarou.

Mulheres congelam embriões por medo de microcefalia

  • 15 Fev 2016
  • 19:31h

(Foto: Reprodução)

A preocupação sobre a relação do Vírus da Zika com a microcefalia está levando mulheres que desejam engravidar a congelar seus embriões e a atrasar o processo de fertilização. Muitas moradoras do Espírito Santo que já faziam tratamento nas clínicas especializadas decidiram esperar para implantar o óvulo fecundado no útero e, assim, engravidar. “A maioria está optando por esta situação. Orientamos a esperar de quatro a seis meses, até que passe o verão e o período de chuvas, quando se espera que a epidemia esteja mais baixa”, explicou o médico especializado em reprodução humana Jules White. Ele disse ainda que, nesse tempo, a expectativa é que se tenha uma definição melhor do Conselho Federal de Medicina sobre como proceder na orientação às mulheres que desejam engravidar. “Quando apareceram os casos aqui fiquei com medo e disse ao médico que faria o tratamento até a coleta dos óvulos e que queria que os embriões fossem congelados”, disse uma paciente que prefere não se identificar. A mesma situação tem acontecido com as pacientes do médico Carlyson Moschen, mas, em sua clínica, elas são a minoria. “Há mulheres que já estavam em tratamento e preferiram não transferir o embrião e deixar guardado”, comentou. Ele destaca que as que optaram por implantar o óvulo fecundado recebem uma orientação para prevenção contra o zika. “Tem que conversar, saber se onde mora é uma zona de foco de casos de Vírus Zika, ou mesmo no local em que a pessoa trabalha”, explicou.

Nesses casos, quando a futura mãe assume a possibilidade e faz a fertilização, é preciso tomar precauções básicas, como usar repelente e colocar tela nas janelas. Como o horário que o mosquito mais trafega é no início da manhã e no final da tarde, é quando a mulher tem que estar mais protegida.

Situação delicada
A situação, entretanto, é bastante delicada, já que muitas mulheres que buscam a fertilização prepararam toda a vida para engravidar em determinado momento e há as que já se aproximam dos 40 anos, quando diminuem as chances de a reprodução assistida vingar. Moschen ressalta que existem muitas incógnitas sobre essa questão e que, apesar das evidências, ainda não está comprovada a relação do zika vírus com a microcefalia nos recém-nascidos. “Se dizemos que a recomendação é não engravidar, há várias perguntas. Quando terão segurança para recomendar a gravidez? Haverá mais casos daqui a alguns meses ou vão diminuir? Quando teremos um controle do mosquito? Por isso conversamos bastante sobre a situação para tomar uma decisão conjunta sobre quando engravidar” explicou.

“Não se pode restringir o direito da reprodução”
Em um momento em que as dúvidas tomam conta das entidades de saúde e, consequentemente, das mulheres que querem ser mães, entra em voga a discussão sobre a recomendação de engravidar ou não. “Não se pode restringir o direito da reprodução”, defendeu o infectologista Crispim Cerutti Junior. Ele alerta que é complicado postergar a gravidez baseando-se nos riscos, já que não há certeza sobre eles. “É muito difícil dimensionar, há muitas perguntas sem respostas. Não existe clareza sobre qual é a porcentagem de mulheres grávidas afetadas. E, aparentemente, o risco é no primeiro trimestre, mas isso não é claro”, destacou o médico. A verdade, destaca o especialista em fertilização Carlyson Moschen, é que não se sabe quando o surto irá diminuir. “Não sabemos quando esse quadro vai melhorar”, ressaltou. Além disso, esperar que uma solução como a vacina contra o zika vírus aconteça é muito incerto, apesar de o Brasil e os Estados Unidos terem firmado parceria para apresentar a medicação em até três anos e o Instituto Butantan afirmar que estudará se sua vacina contra a dengue pode ser pentavalente, protegendo contra os quatro tipos de dengue e também a zika, com resultados para daqui a um ano. “Para liberar uma medicação para uso é um longo processo, que dura de quatro a cinco anos. Tem que testar e verificar se não causa danos em várias etapas”, alerta Cerutti.

“Vou esperar até passar o verão”, paciente de fertilização, de 39 anos
“Quando iniciei o tratamento no ano passado não tinha essa história de zika e microcefalia ainda. Logo depois, começou no nordeste e continuei o processo, sem imaginar que chegaria ao Espírito Santo. Quando apareceram os casos aqui fiquei com medo e disse ao médico que faria o tratamento até a coleta dos óvulos e que queria que os embriões fossem congelados. Vou esperar passar o verão, que é a época mais crítica. Devo fazer a fertilização em abril ou maio, quando começa a esfriar e os mosquitos se proliferam menos. Tenho conhecidas que também estão fazendo o tratamento e tomaram a mesma decisão.”

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Ministério da Saúde suspende recursos de 15 municípios baianos;

  • 15 Fev 2016
  • 17:28h

(Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde suspendeu, nesta segunda-feira (15), a transferência de incentivos financeiros referentes ao número de Equipes de Saúde da Família e Equipes de Saúde Bucal nos municípios que não alimentam o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) ou o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). De acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União, 15 municípios baianos estão incluídos na lista com total de 177 cidades de todo o país. O texto informa que os municípios poderão solicitar créditos retroativos posteriormente. Na Bahia, são incluídos Banzaê, Barra, Camaçari, Coribe, Itagibá, Itamaraju, Itanagra, Lajedo do Tabocal, Mansidão, Mascote, Mata de São João, Ribeira do Pombal, Salvador, Simões Filho e Wanderley.

Cientistas acham mais uma evidência de ligação entre zika e microcefalia

  • 14 Fev 2016
  • 14:02h

Elielson tenta acalmar seu irmão José Wesley em sua casa em Bonito (PE). José tem dificuldades para se alimentar, algo comum entre crianças com problemas neurológicos como a microcefalia (Foto: Felipe

Pesquisadores anunciaram na quarta-feira (10) a descoberta de novas evidências que reforçam a associação entre o vírus da zika e casos de má-formação cerebral, citando a presença do vírus no cérebro de um feto abortado de uma mulher europeia que ficou grávida enquanto morava no Brasil. Uma autópsia realizada no feto mostrou a microcefalia, além de lesão cerebral grave, e altos níveis de vírus da zika em tecidos do cérebro fetal, excedendo os níveis do vírus normalmente encontrados em amostras de sangue, disseram pesquisadores do Centro Médico Universitário de Ljubljana, na Eslovênia, em artigo publicado na revista médica "New England Journal of Medicine". As descobertas ajudam "a fortalecer a associação biológica" entre a infecção pelo Zika vírus e a microcefalia, afirmaram pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, em um editorial que acompanha a revista científica. Anteriormente, o vírus já tinha sido encontrado nas placentas de mulheres que tiveram abortos espontâneos e nos cérebros de dois recém-nascidos que morreram e que tinham microcefalia. O Ministério da Saúde do Brasil confirmou no ano passado a relação entre o zika e o surto de microcefalia na Região Nordeste do país, mas os pesquisadores ainda tentam confirmar uma ligação científica.

OMS orienta grávida a adiar viagem e se proteger

  • 13 Fev 2016
  • 14:03h

(Foto: Reprodução)

Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta sexta-feira (12) um informe em que orienta as mulheres grávidas a consultar seus médicos e considerar adiar visitas a localidades que tenham registros de casos de zika. Com base na possível transmissão sexual da doença, o informe diz ainda que homens e mulheres que visitarem locais com o vírus em atuação devem fazer uso de preservativos durante as relações sexuais. Isso vale principalmente para as gestantes e seus parceiros. A OMS recomenda ainda que os turistas se mantenham informados não só sobre o zika vírus, mas sobre outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Também afirma que governos devem fazer recomendações sobre saúde pública e viagens com a população local. Assim como o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e o Centro Europeu para a Prevenção de Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), a organização, no entanto, não sugere que pessoas deixem de viajar para países que relataram casos de zika vírus. O novo comunicado da OMS trouxe ainda informações sobre os cuidados que os viajantes devem tomar, como o uso de repelentes e de telas em janelas, usar roupas claras e não acumular água em recipientes.

Vacina contra zika pode ficar pronta para testes em um ano, diz ministro

  • 11 Fev 2016
  • 16:34h

O ministro Marcelo Castro anuncia parceria com os EUA em entrevista coletiva (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou nesta quinta-feira (11) uma parceria firmada entre o Instituto Evandro Chagas, sediado em Belém, e a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, para desenvolver uma vacina contra o vírus da zika. Segundo ele, a experiência das instituições pode encurtar o prazo de formulação do produto em laboratório para um ano. Depois, a vacina deve ser testada em animais e humanos por mais dois anos, antes de o imunizante ser aplicado em grande escala, de acordo com o ministro. "Como o instituto e a universidade têm o mesmo viés, fizemos essa parceria para desenvolver a vacina. Sabemos que é demorada, mas há um grande otimismo de que poderemos desenvolver a vacina em um tempo menor que o previsto. Aproximadamente em um ano, podemos ter essa vacina desenvolvida", afirmou Castro. "Seria um ano para desenvolver e dois anos para testar o produto", acrescentou.

 

O prazo para desenvolvimento não significa que a vacina estará disponível na rede de saúde daqui a um ano. Além dos testes em animais, o produto precisa ser testado em humanos, enviado para laboratórios de outras partes do mundo e registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo. "O que está previsto no cronograma é dois anos, mas nossos cientistas estão tão otimistas que estão prevendo um prazo inferior. Aí, vai ter que fazer testes em animais, em humanos, e isso demora. A vacina da dengue, por exemplo, está na fase III e ainda vai levar cerca de um ano", diz Castro. No melhor dos cenários, Castro diz que a vacina poderia estar disponível à população dentro de três anos. "O caso é tão urgente que estamos pedindo a presença da FDA [órgão americano de vigilância sanitária] e da Anvisa para eliminar burocracias. Não queremos pular etapas, mas agilizar etapas", diz. A parceria prevê investimento de US$ 1,9 milhão pelo governo brasileiro, nos próximos cinco anos. O valor do aporte a ser feito pelos EUA não foi informado. O lado brasileiro do desenvolvimento será coordenado pelo pesquisador Pedro Vasconcelos, do Evandro Chagas. Assim como o ministro, o pesquisador também diz que será possível desenvolver a vacina em até um ano, embora o cronograma de trabalho oficial preveja prazo de dois anos. "Essa vacina vai ser feita da seguinte maneira: após o sequenciamento do vírus zika, que já está acontecendo, a parte que é responsável pelo desenvolvimento de anticorpos no hospedeiro será incorporada a uma molécula sintética, que vai estimular o organismo humano".

Testes simultâneos
Segundo Vasconcelos, grande parte da pesquisa será desenvolvida em Galveston, noTexas. Os testes pré-clínicos, que antecedem a aplicação em humanos, devem ser feitos simultaneamente em Galveston, em camundongos, e em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, em macacos. Geralmente, os testes nas duas espécies são feitos em separado. "Essa simultaneidade vai acelerar o procedimento em seis a oito meses. Por isso, acreditamos que a vacina poderá estar disponível para teste em humanos em doze meses. Um pouco mais, um pouco menos", diz o pesquisador.

Críticas
O anúncio da parceria com os EUA ocorreu numa semana em que cientistas estrangeiros vinham criticando o Brasil pela dificuldade de acesso a amostras do vírus da zika. Problemas burocráticos e desinteresse por colaborações estariam desestimulando cientistas brasileiros a enviar amostras para fora. Castro não quis criar polêmica sobre as críticas. "Elas são livres", afirmou. Há uma semana o ministério divulgou que as amostras coletadas no Brasil já estão sendo compartilhadas com organizações estrangeiras com o propósito de pesquisa.

Notificação adiada
O ministério da Saúde adiou "para as próximas semanas" a notificação obrigatória dos casos de zika nos estados. O anúncio foi feito no início do mês, em entrevista à agência Reuters, e era previsto para esta semana. Segundo o ministro, houve um atraso no repasse dos kits de exames aos gestores locais. "Até a próxima semana, vamos reunir o corpo técnico. Houve uma pequena demora [no envio dos kits] pela licitação, que atrasou. Quando sentirmos segurança, vamos determinar a notificação obrigatória ao ministério", disse. Os testes são fabricados pelo Instituto Bio-Manguinhos, que é vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ao Ministério da Saúde. A tecnologia só consegue identificar a presença do vírus da zika durante a fase "virulenta", em que o micro-organismo está ativo no corpo. O ministro diz que avaliações clínicas também poderão ser notificadas, desde que o médico sinta "segurança" no diagnóstico. "É possível dar diagnóstico clínico da zika? É, mas não em todos os casos. Em muitos, os sintomas se confundem com os da dengue."


Mais parcerias
Até o fim do mês, técnicos do Centro de Prevenção e Controle de Doenças norte-americano (CDC) devem chegar ao país para investigar a relação do vírus da zika com a microcefalia. Os estudos devem ser feitos na Paraíba, em parceria com o governo local. Representantes do CDC estão no país desde novembro e apuram a relação do vírus com doenças neurológicas como a síndrome de Guillain-Barré. Os resultados ainda não foram divulgados. "O presidente Obama mandou um projeto ao Congresso pedindo US$ 1,8 bilhão para ações contra o vírus zika. Aqui, compreende-se desenvolvimento de pesquisas, vacinas, medicamentos e ações de controle de epidemiologias", diz Castro. O governo também estuda parcerias com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) e com o laboratório GSK, envolvidos no desenvolvimento da vacina contra o ebola.


Relação 'sem dúvidas'
O ministro da Saúde afirmou nesta quinta que o governo não tem mais dúvidas sobre a relação existente entre o vírus da zika e o aumento nos casos de microcefalia. O que os pesquisadores investigam agora, segundo ele, é a existência de outros fatores "colaterais". "Não há a menor dúvida de que o fator determinante da epidemia de microcefalia que temos no Brasil é a epidemia de zika. O que nós vamos investigar agora é se há outros fatores adicionais, outras influências. Nós não temos hipóteses, tudo ainda vai ser investigado", disse. Castro reafirmou que as estratégias de combate ao vírus e ao mosquito Aedes aegypti são uma prioridade do governo e que, por causa disso, têm recursos garantidos no orçamento da União. "Este é o maior problema que o Brasil tem. Para o maior problema do país, não podem faltar recursos e a presidente Dilma tem sido enfática ao dizer que isso [a falta de dinheiro] não será um problema. Os recursos não são vultosos, não é grande quantidade para a dimensão do problema", declarou.

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Teste rápido da Unicamp detecta zika em 5 horas

  • 10 Fev 2016
  • 14:03h

(Foto: Reprodução)

Os laboratórios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciam na segunda-feira, 15, testes rápidos para zika vírus. O teste de sorologia será feito em amostras de sangue, urina e saliva. O método identifica e diferencia o zika em relação a outros vírus transmitidos pelo Aedes aegypti, como dengue e chikungunya. O resultado sai em cinco horas. De acordo com a coordenadora de pesquisas da universidade, Clarisse Arns, o teste foi desenvolvido pela força-tarefa que estuda o vírus em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). O teste rápido tem eficácia de 100%, segundo a pesquisadora, e representa considerável avanço no controle do zika vírus. Atualmente, o exame é realizado apenas em sangue e o resultado demora pelo menos uma semana. Inicialmente, os testes estarão disponíveis para pacientes do Hospital das Clínicas de Campinas e da rede pública municipal. Em uma segunda fase, serão atendidos casos suspeitos de cidades da região, como Sumaré e Hortolândia. Até agora, foram confirmados cinco - dois em Sumaré e um em Campinas, Americana e Piracicaba. 

O Ministério da Saúde promete também para este mês a distribuição de kits de testes rápidos de zika para laboratórios de todo o País. Esse foi desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é ligada ao governo federal. O teste permite realizar a identificação simultânea dos vírus de dengue, chikungunya e zika em uma mesma amostra de sangue. O secretário de Saúde de Ribeirão Preto, Stênio Miranda, já prevê que o número de casos de zika vai se igualar aos de dengue na cidade, em razão do rápido avanço dessa doença. "Se nossa projeção para janeiro é de 2 mil casos de dengue, a incidência de zika deverá ser dessa mesma ordem", afirmou, em nota oficial em que negou que haja caos na saúde na cidade, como mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta semana. "Há sobrecarga, sim, as equipes de assistência estão trabalhando intensamente, há grande número de pessoas nas unidades - metade ou mais é acompanhante -, mas não há nada parecido com o caos", disse Miranda. "Caos seria se não houvesse atendimento, se faltassem medicamentos... se houvesse mortes sem assistência. Não há nada disso em Ribeirão Preto." As informações são do jornalO Estado de S. Paulo.

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Cientistas descobrem biomarcador que pode ajudar diagnóstico precoce do câncer

  • 09 Fev 2016
  • 19:03h

(Foto: Reprodução)

Um grupo de cientistas identificou uma "assinatura" química comum a pelo menos cinco tipos de câncer, além de evidência de que ela estaria presente no DNA de tumores em órgãos e tecidos do corpo. A descoberta, que abrange os cânceres de cólon, pulmão, mama, estômago e endométrio, pode dar origem à criação de um exame de sangue universal para o diagnóstico da doença nos estágios iniciados – período em que os tratamentos tendem a ser mais efetivos. Chamado de biomarcador, esse resultado é um processo conhecido como metilação - alterações no DNA que controlam a expressão de genes específicos e funcionam como um regulador de intensidade de uma lâmpada. "Achar essa notável assinatura na metilação é como procurar por uma agulha num palheiro", avalia a bióloga computacional do Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano, Laura Elnitski, em entrevista a O Globo. Líder da área de análise funcional de genes do instituto, em 2013, Laura e seus colegas já pensavam na possibilidade de a metilação ser usada para o diagnóstico do câncer. Desde então, eles desenvolveram processos para revelar os sinais da metilação no DNA de tumores sólidos. Os resultados mostraram que todos os tipos e subtipos desses cânceres produziam os mesmos marcadores de metilação em torno do gene ZNF154. Com os avanços, s pesquisadores desejam estender as análises para os tumores de bexiga, pâncreas, próstata e ovário.

Estados Unidos anuncia programa para cura do câncer nos moldes de programa espacial

  • 09 Fev 2016
  • 13:03h

(Foto: Divulgação)

O governo dos Estados Unidos vai lançar uma pesquisa, já chamada de “missão”, com custo estimando em US$ 1 bilhão para descobrir a cura do câncer. A iniciativa, já chamada de "Cancer moonshot" " (lançamento à lua), é comparada com a de 1961, empenhada pelos Estados Unidos para o homem chegar à lua. O vice-presidente americano, Joseph Biden, pediu em outubro passado a mesma determinação para curar o câncer do que a para conquistar o espaço. A iniciativa procura conseguir em cinco anos o progresso de uma década, com mais tratamentos disponíveis para os pacientes e mais capacidade para prevenir o câncer em estágios iniciais. Biden, que perdeu seu filho mais velho em maio por um tumor cerebral, quer aproveitar seu último ano na Casa Branca para dar um novo impulso à luta contra o câncer e quer que uma nova geração de cientistas ultrapassem os “limites do possível”.

 "O orçamento do Instituto Nacional do Câncer (NCI) em 2015 foi de US$ 4.95 bilhões, portanto 1 bilhão a mais terão um grande impacto, porque cada dólar conta", explicou à Agência Efe Sharon Stack, diretora do Instituto Harper de Pesquisa do Câncer na Universidade de Notre Dame (Indiana). Entretanto, o “moonshot” original, o programa Apolo, teve US$ 20 bilhões, que corrigido para os dias de hoje, seriam mais de R$ 100 bilhões, para ser efetivado. O orçamento do "Cancer Moonshot", de US$ 1 bilhão, é aproximadamente o que custava o lançamento de uma nave espacial nos últimos anos do programa, que terminou em 2011. Biden queria que o Congresso aprovasse um aumento de US$ 2 bilhões (6,6%) no orçamento do programa dentro da lei de despesa que é financiada pelas agências federais até que conclua o ano fiscal 2016, em 30 de setembro. Mais de 600 mil pessoas podem morrer por câncer neste ano nos Estados Unidos.

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Pelo menos 12 grupos pesquisam vacina contra o Zika, diz OMS

  • 08 Fev 2016
  • 16:13h

(Foto: Reprodução)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou hoje (8) que pelo menos 12 grupos pesquisam atualmente vacinas contra o vírus Zika – todas em estágio inicial de desenvolvimento. A disponibilização das doses devidamente registradas, de acordo com a entidade, pode levar ainda alguns anos. Segundo a OMS, estudos estão sendo realizados com base em terapias preventivas que funcionariam da mesma forma que a profilaxia para malária. “O uso de fumacê seguido da liberação controlada de mosquitos geneticamente modificados pode ser considerado oportuno para travar a propagação do Zika”, informa a entidade. A organização destacou ainda que trabalha para estabelecer redes de apoio regulamentares com o objetivo de acelerar a realização de testes clínicos em diversos países. Outra estratégia adotada pela OMS consiste no compartilhamento de amostras consideradas oportunas e de informações entre grupos de pesquisa sobre o Zika. “O diagnóstico, hoje, é uma urgência prioritária para que se possa ter certeza da presença do vírus Zika e não de doenças similares e também provocadas por outros flavivírus transmitidos por mosquitos. Poucos testes diagnósticos estão disponíveis atualmente”, ressaltou a OMS.

Por que mosquitos picam algumas pessoas mais que outras?

  • 07 Fev 2016
  • 20:02h

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Os casos de zika e microcefalia no Brasil aumentaram a preocupação com a picada do mosquito Aedes aegypti, que já era temido por causa da dengue. Desde outubro, foram notificados 4.180 casos suspeitos de microcefalia no país - 270 já foram confirmados, 462 descartados e os outros seguem em investigação. Como não existe vacina ou tratamento para a zika, o conselho, principalmente para as grávidas, é tomar medidas para se proteger da picada do mosquito. Mas por que mosquitos picam algumas pessoas mais do que outras? Segundo um estudo, publicado no ano passado no periódico PLOS ONE, isso pode estar ligado aos genes que controlam o odor corporal. Cientistas da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos agruparam 19 gêmeos não idênticos e 18 gêmeos idênticos para testar a atração a mosquitos.

 

Eles descobriram que gêmeos idênticos atraíam a mesma quantidade de picadas, sugerindo a influência de fatores genéticos nesse processo. Em uma série de testes, cada gêmeo colocou uma mão no final de um túnel de vento em formato de "Y". Então, bombeou-se ar para dentro do túnel, levando consigo odor. Depois, enxames de mosquitos foram liberados, movendo-se para longe ou perto de cada mão. No caso dos gêmeos idênticos - que compartilham grande parte do material genético - houve uma distribuição uniforme dos mosquitos. Isso sugere que os insetos não tinham preferência pelo cheiro de uma mão ou outra. Por outro lado, resultados com testes em gêmeos não idênticos - que dividem menos genes - foram mais variados. Pesquisadores acreditam que a atratividade a mosquitos pode estar relacionada a genes ligados ao odor corporal. O próximo passo é descobrir quais genes específicos estariam envolvidos. Novas pesquisas já estão sendo realizadas. "Se entendermos a base genética para a variação entre indivíduos, será possível desenvolver maneiras sob medida para controlar melhor os mosquitos, e desenvolver novas maneiras de repeli-los", disse James Logan, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, principal autor do estudo.

'Intrigante'
Comentando a pesquisa, o professor David Weetman, da Escola de Medicina Tropical de Liverpool, disse que o resultado é "intrigante". "É a primeira vez que uma base genética foi demonstrada", disse. "Mas mosquitos não são atraídos apenas pelo cheiro - fatores como o dióxido de carbono também desempenham um papel. Estudos maiores deverão ajudar a avaliar o grau de relevância dessas descobertas fora do laboratório, onde outros fatores podem ser importantes".

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