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Substância derivada da romã tem propriedades antienvelhecimento, diz estudo

  • 17 Jul 2016
  • 16:02h

(Foto: Reprodução)

Pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, descobriram que uma substância derivada da romã tem propriedades potenciais de antienvelhecimento. Resultados de testes com camundongos mostraram um aumento médio de 42% na resistência dos animais para correr após a aplicação da substância urolithin A. "Acreditamos que nossa pesquisa, descobrindo os benefícios de saúde de urolithin A, é uma promessa para reverter o envelhecimento muscular", afirmou Patrick Aebischer, presidente EPFL e co-fundador da Amazentis. Segundo o jornal O Globo, a equipe trabalha em parceria com a empresa de biotecnologia Amazentis para desenvolvimento de um suplemento nutricional que pode aumentar a força muscular e resistência durante o envelhecimento. "É uma substância completamente natural, e seu efeito é poderoso e mensurável", disse Aebischer. O primeiro estudo clínico com humanos deve ter seus resultados apresentados em 2017.

Obesidade mata número três vezes maior de homens do que de mulheres

  • 16 Jul 2016
  • 19:03h

(Foto: Reprodução)

A obesidade pode ser mais perigosa para homens do que para mulheres. De acordo com um estudo desenvolvido pelas universidades de Harvard, nos EUA, e das britânicas Oxford e Cambridge, a doença é três vezes mais mortal para pessoas do sexo masculino. Um em cada cinco homens com peso normal morrerão antes de completar 70 anos de idade. O índice aumenta para quase três na população moderadamente obesa, e oito em dez entre os obesos mórbidos. "Descobrimos que os homens obesos têm risco de morte prematura muito maior do que as mulheres obesas", afirmou Emanuele Di Angelantonio, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Cambridge. "Isso é consistente com observações anteriores de que homens obesos têm índices maiores de resistência à insulina, gordura no fígado e risco de diabetes do que as mulheres". Segundo o jornal O Globo, a equipe compilou dados de 10,6 milhões de pessoas que participaram de 239 estudos entre 1970 e 2015, em 32 países diferentes. Foram percebidos riscos maiores de morte prematura para pessoas abaixo do peso ou acima do peso. No caso daqueles com obesidade mórbida, o risco aumentava mais de quatro vezes para homens e 2,7 vezes para mulheres. "A obesidade é a segunda maior causa de morte prematura na Europa, perdendo apenas para o câncer de pulmão", destacou Richard Peto, pesquisador da Universidade de Oxford, que também assina o levantamento.

Pesquisas sobre Zika: Parceria entre Brasil e Reino Unido oferece mais de 1 milhão de libras

  • 16 Jul 2016
  • 16:04h

(Foto: Reprodução)

Estão abertas, até 12 de setembro, as inscrições para o programa Institutional Links, que estabelece conexões e incentiva parcerias entre instituições brasileiras e britânicas e conta com recursos do Newton Fund, uma iniciativa do governo britânico para promover o desenvolvimento social e econômico dos 15 países parceiros, por meio de pesquisa, ciência e da tecnologia. A chamada tem o objetivo de contribuir para a geração de conhecimento, metodologias, protocolos e programas de treinamento para os diversos profissionais em saúde, pesquisadores de diversas disciplinas e para diferentes setores da comunidade, todos envolvidos ou impactados pelo Zika, buscando diminuir os impactos na saúde e sociais deste vírus. Cada proposta deve ter um proponente Brasileiro e outro do Reino Unido e ser submetida conjuntamente no site global do British Council. O tema vírus Zika deverá ser abordado de forma interdisciplinar, envolvendo pesquisa aplicada, com foco central no desenvolvimento de capacidades e para responder ou prevenir os impactos sociais da síndrome congênita do Zika no Brasil. Serão financiadas até 15  propostas, que devem ter duração entre 18 e 24 meses e orçamento máximo de 100 mil libras esterlinas. "Esta parceria pretende dar resposta a uma emergência nacional e de prioridade estratégica no país. A chamada dispõe de mais de 1 milhão de libras esterlinas para gerar conhecimento, soluções e metodologias que atendam vulnerabilidades geradas pelo Zika Vírus no Brasil", afirmou Diana Daste, gerente do Newton Fund no British Council no Brasil. Mais informações podem ser obtidas no site da British Council (clique aqui).

Anticoncepcional masculino deve chegar ao mercado em 2017

  • iBahia
  • 16 Jul 2016
  • 15:02h

(Foto: Reprodução)

Homens e mulheres agora passarão a dividir a responsabilidade de evitar uma gravidez indesejada. Segundo a Parsemus Foundation, organização norte-americana que investe na produção do anticoncepcional masculino Vasalgel, o remédio deve chegar ao mercado em 2017.   Diferente da pílula, ele não será usado em doses diárias, mas em uma única aplicação que funciona por um longo período. O medicamento em gel não envolve tratamento hormonal e pode ser revertido. A fabricante já está na segunda fase de testes com babuínos e até agora os machos que usaram o produto cruzaram com cerca de 15 fêmeas e, pela segunda vez, não engravidaram nenhuma delas. Agora, é preciso acompanhá-los para garantir que o efeito do Vasalgel será revertido e eles poderão voltar a fertilizar. A Parsemus já realizou testes bem sucedidos com coelhos. A próxima etapa, prevista para o ano que vem, prevê experiências com humanos. 

Vírus mais agressivo da dengue avança no Brasil

  • 15 Jul 2016
  • 19:03h

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Embora a maioria dos casos de dengue no Brasil ainda seja causada pelo tipo 1 da doença, cresce em alguns estados a circulação do sorotipo 2, o mais agressivo dos quatro vírus existentes. Dados do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com estatísticas de 3 de janeiro até 28 de maio, mostram que, de um total de 2,2 mil amostras positivas para dengue analisadas em laboratório neste ano, 6,4% já são do tipo 2, ante 0,7% no ano passado. Além de ser considerado por especialistas o mais virulento dos quatro sorotipos da dengue, o tipo 2 ainda está relacionado a outro risco no país. Como parte da população brasileira já foi infectada pelo tipo 1, a ocorrência de uma segunda infecção por outro sorotipo aumenta o risco de desenvolvimento de uma das formas graves da doença, que podem levar à morte, como a febre hemorrágica. 

Segundo o infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, o risco maior em uma segunda infecção pela doença está relacionado à resposta imunológica do paciente que já contraiu o vírus uma vez. "Como já existem anticorpos contra um tipo de dengue no organismo, há uma reação inflamatória exacerbada, que prejudica o organismo, mas que não consegue neutralizar o novo sorotipo. O risco de desenvolvimento de uma forma grave da dengue é de 15 a 20 vezes maior quando se trata de uma segunda infecção". O grande número de brasileiros infectados pelo tipo 1 nas epidemias de dengue dos últimos anos é uma das razões que explicam o crescimento dos casos provocados pelo tipo 2, segundo especialistas. "Como o vírus tipo 1 da dengue está circulando há muito tempo no Brasil, já temos muitas pessoas imunes a ele. Quando há o contato dessa população com outro sorotipo, aumenta mesmo o número desses tipos de casos porque há mais pessoas suscetíveis a ele. E uma segunda infecção por dengue tem tendência a uma gravidade maior", explica Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, onde o vírus já é responsável por 13,6% dos casos da doença, ante 0,5% em 2015.

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Bahia registra 224 casos confirmados de bebês com microcefalia

  • 15 Jul 2016
  • 18:04h

(Foto: Reprodução)

O último boletim do Ministério da Saúde confirmou 224 casos de microcefalia na Bahia até o início desta semana. Outros 352 casos ainda não foram analisados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). As notificações levam em conta os novos critérios do Ministério da Saúde, que estabelece o diagnóstico da microcefalia em crianças do sexo masculino com perímetro cefálico menor ou igual a 31,9 centímetros. Nos bebês do sexo feminino, a malformação é notificada caso o perímetro cefálico seja igual ou inferior a 31,5 centímetros. Dos casos registrados na Bahia, 34 bebês morreram em decorrência da microcefalia, em 26 municípios. Salvador lidera o número de mortes, com seis óbitos. No Brasil, os casos confirmados já chegam a 1.687, com um total de 8.451 notificações desde o início das investigações, em 22 de outubro de 2015.

Ministro ressalta que risco de infecção por Zika durante Olimpíada é praticamente zero

  • 08 Jul 2016
  • 18:03h

(Foto: Reprodução)

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quarta-feira (6) que os casos de infecção pelo Zika durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro será muito baixa. Em audiência pública no Senado, ele lembrou que, na Copa do Mundo de 2014, o Brasil recebeu cerca de 1 milhão de turistas e registrou apenas três casos de dengue. A proporção esperada pelo governo para a competição em agosto é similar. "Os gráficos históricos demonstram que, durante o inverno, é baixíssima a incidência de transmissão do vírus. Até porque, o mosquito fica incubado, ele não se desenvolve em temperaturas baixas. E também porque há um enorme esforço – 3,5 mil agentes a mais no Rio de Janeiro trabalhando na identificação e eliminação de focos", disse o ministro. Barros garantiu, segundo a Agência Brasil, que o governo se mantém tranquilo em relação à realização do evento esportivo em meio à epidemia de Zika. "Quem quiser vir às Olimpíadas pode vir porque não há risco de infecção pelo vírus ou o risco é praticamente zero". Ainda de acordo com o ministro, foi agendada para o dia 12 deste mês, às 17h, no Palácio Itamaraty, uma reunião com todos os embaixadores de países que vão participar dos Jogos Olímpicos "para esclarecimentos".

Após duas mortes seguidas, Sesab afirma que não existe um surto de meningite na Bahia

  • Blog da Resenha Geral
  • 08 Jul 2016
  • 16:02h

(Foto: Reprodução)

Na última semana, duas pessoas morreram e outra foi internada com meningite no município de Presidente Tancredo Neves. Um outra, da cidade de Laje, foi internada no Hospital Geral Couto Maia, em Salvador, com suspeita da doença. Apesar dos casos subsequentes, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) afirma que não existe um surto de meningite na Bahia. Ainda segundo a Sesab, de janeiro a junho deste ano, foram registrados 150 casos da doença no estado. Deste total, 15 pessoas morreram. Em 2015, foram registrados 287 casos na Bahia com 27 mortes. O que significa dizer que os números não fogem à normalidade. Mesmo assim, a população deve ficar atenta aos sintomas da doença. A meningite é a inflamação das meninges, membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por dois tipos de agentes: vírus e bactérias. As meningites virais costumam ser benignas, sem grandes complicações neurológicas.  Já as meningites bacterianas, especialmente ocasionadas pelos micro-organismos pneumococo, meningococo e hemófilos, são mais sérias e exigem tratamento urgente e rigoroso com antibióticos. Nos dois casos o diagnóstico precoce é primordial para o tratamento. Dor de cabeça, pescoço rígido, vômitos, náusea, confusão mental e dificuldade de concentração, convulsões, sonolência, fotossensibilidade, falta de apetite, rachaduras e presença de manchas vermelhas na pele, são os sintomas mais comuns da doença. Como a doença é transmissível, quem tiver contato com alguém com meningite deve procurar o hospital para realizar a quimioprofilaxia, para confirmação do diagnóstico.

INSS vai fazer pente-fino nas aposentadorias por invalidez

  • 08 Jul 2016
  • 15:02h

(Foto: Reprodução)

Serão revisados os chamados benefícios por incapacidade de longa duração de aposentados por invalidez e auxílio-doença. Essa medida provisória fixará em 120 dias o prazo máximo de pagamento de auxílio-doença quando o benefício for concedido pela Justiça sem definição de uma data de cessação. Com essa medida o Governo Federal visa reduzir gastos com a Previdência e promover uma operação pente-fino. E estimativa que é sejam realizadas aproximadamente 100 mil perícias por mês em todo País para saber se os trabalhadores afastados continuam incapazes de realizar as suas tarefas profissionais. São hoje no Brasil  3 milhões de aposentados por invalidez que geram uma despesa mensal de R$ 3,6 bilhões. Para a revisão os médicos ganharão R$ 60 por perícia realizada. Os médicos terão que extrapolar a carga horária em um verdadeiro mutirão. Com a revisão, o governo espera economizar mais de R$ 6 bilhões por ano, afirma o assessor-chefe da Casa Civil, Marcelo Siqueira.

Conquista: 46 casos de meningite são notificados no município com uma morte

  • Por Rodrigo Ferraz
  • 08 Jul 2016
  • 09:04h

A Secretaria Municipal de Saúde e população de Vitória da Conquista está em estado de atenção com os números da meningite, doença que pode levar até à morte. De janeiro deste ano até o início de julho foram notificados 46 casos de meningite no município. Desse total houve uma morte, uma idosa de 83 anos teria ido a óbito por causa de meningite tipo bacteriana. Ainda desse total 18 casos foram confirmados e outros 28 negativados, essas informações foram divulgadas nesta quita-feira (07), durante reportagens exibidas pela TV Sudoeste. A meningite é o nome que damos à inflamação da meninge, membrana que recobre o sistema nervoso central. A meningite é uma doença grave, potencialmente fatal, que costuma ser causada por agentes infecciosos, tais como bactérias, vírus e fungos.

MP que libera recursos para combate ao Aedes Aegypti é aprovada pelo Senado

  • 07 Jul 2016
  • 17:02h

(Foto: Reprodução)

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (6) a Medida Provisória (MP) que destina R$ 420 milhões do orçamento federal para ações de combate à microcefalia e ao Aedes aegypti. Desse total, R$ 300 milhões são direcionados à compra de repelentes para grávidas beneficiárias do Programa Bolsa Família, segundo a Agência Brasil. A MP foi editada pela presidente afastada Dilma Rousseff e aprovada com apoio do presidente interino Michel Temer. Como o texto da MP foi aprovado sem alterações na Câmara nem no Senado segue para promulgação sem necessidade de sanção presidencial.

Contra epidemia de cesáreas no Brasil, projeto consegue aumentar número de partos normais

  • 03 Jul 2016
  • 15:04h

(Foto: Reprodução)

A cada 10 partos realizados em maternidades particulares no Brasil, 8,5 são cesáreas - a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 1,5. É essa discrepância na rede privada que faz com que o Brasil ainda ostente o triste título de país com mais cesarianas do mundo. Mas futuros levantamentos sobre o tema podem trazer uma queda nesse percentual por causa de um projeto chamado Parto Adequado, implementado em 40 hospitais do país, que visa a combater a epidemia de cesáreas. Em menos de um ano, essas maternidades conseguiram derrubar suas taxas em 9 pontos percentuais, fazendo com que a média de cesarianas caísse de 78% para 69%. 

Além disso, mais da metade dos hospitais envolvidos já conseguiu reduzir o índice para 60%. Mas por que esse projeto - uma parceria entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert Einstein e a organização americana Institute for Healthcare Improvement - vem dando frutos após décadas de fracasso para lidar como problema? Segundo os profissionais ouvidos pela BBC Brasil, ligadas ou não ao Parto Adequado, o sucesso está em atacar em várias frentes, inclusive nas mais polêmicas."É claro que não íamos mudar nada para valer se não discutíssemos novos modelos de remuneração dos obstetras. E isso passa por resgatar o papel fundamental das enfermeiras nos partos de baixo risco, ainda que isso signifique enfrentar a resistência de alguns médicos", diz Rita de Cássia Sanchez, obstetra e especialista em medicina fetal do Einstein. A diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira, diz que é preciso reorganizar todo o sistema. "Trabalho há mais de 10 anos com o tema parto na ANS, mas nada dava certo. Isso porque nosso sistema de saúde nesse setor está preparado para (que partos) tenham como desfecho uma cesariana. Precisamos mudar isso."

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Zika não deve ser problema durante Olimpíada, diz cientista americano

  • 03 Jul 2016
  • 12:03h

Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) do governo americano (Foto: Reprodução/Twitter/NIAID)

Às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, uma das preocupações dos atletas e visitantes estrangeiros é em relação ao vírus da zika. Amplamente espalhado pelo país, especialmente no estado do Rio, o vírus foi associado ao nascimento de bebês com microcefalia e outros danos neurológicos, além da ocorrência da síndrome de Guillain-Barré em adultos. Mas, para o imunologista americano Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), parte dos Institutos Nacionais de Saúde do governo americano (NIH), o vírus da zika não deve ser um problema durante o evento. O cientista, que é uma autoridade mundial em HIV e em doenças emergentes como ebola e zika, falou por telefone ao G1 sobre desenvolvimento de vacinas, colaboração científica entre Brasil e Estados Unidos e sobre os principais temores associados à atual epidemia.

 

 Leia os principais trechos da conversa:

Você acha que a Olimpíada no Rio pode ajudar a espalhar o zika pelo mundo?
Como eu já disse outras vezes, realmente não há motivo para cancelar ou adiar a Olimpíada no Brasil porque o número de pessoas que vêm para o Brasil de qualquer forma regularmente é tão maior do que o número de pessoas a mais que virão por causa da Olimpíada que não achamos que exista um risco grande de se espalhar o vírus pelo mundo. Consideramos fortemente que mulheres grávidas não devam vir ao Brasil porque há transmissão ativa do vírus no país. Mas, fora desse grupo, não vejo a zika como um problema para o Brasil na Olimpíada.

O NIAID trabalha em vários projetos de vacina de zika. Há parcerias com o Brasil?
Nem todos os projetos estão diretamente relacionados a uma parceria atual, mas virtualmente todos eles envolverão uma parceria com o Brasil no futuro. O projeto que está diretamente ligado a uma parceria preestabelecida com o Brasil é o que chamamos de vacina de vírus vivo atenuado, muito similar ao da vacina de dengue e feita quase da mesma forma. Isso é feito em parceria com o Instituto Butantan. As outras candidatas a vacina devem futuramente envolver parcerias com organizações no Brasil, incluindo a Fiocruz e outras. Então, em última instância, quando testarmos as vacinas, isso quase invariavelmente será feito com parcerias com colegas brasileiros – ou cientistas individuais ou organizações como o Butantan. Começaremos aqui nos EUA os testes clínicos de fase 1, para um número menor de pessoas. Mas os grandes testes que determinam se a vacina é realmente efetiva terão que ser feitos em países e regiões onde existe infecção ativa. Porque você não pode provar a eficácia de uma vacina a não ser que você faça o teste em um local com infecção ativa. Provavelmente começaremos os testes de eficácia no início de 2017. Os testes preliminares, apenas para segurança, que envolvem relativamente poucas pessoas, vão começar em 2016, provavelmente no fim de agosto e começo de setembro. Mas será só no início de 2017 que começaremos os testes maiores, de eficácia.

Os EUA têm dinheiro disponível para pesquisas sobre zika?
Há uma grande batalha ocorrendo no Congresso em que o presidente Barack Obama pediu US$ 1,9 bilhão para financiar trabalhos feitos pela minha instituição, pelos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), pelo FDA [órgão equivalente à Anvisa] e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). E o congresso ainda não aprovou o dinheiro que o presidente pediu, então estamos usando dinheiro emprestado de outros projetos. Estamos fazendo o trabalho que precisamos fazer com zika. Mas logo, se não recebermos mais dinheiro do Congresso nas próximas semanas ou meses, ficaremos sem dinheiro.

A vacina de zika é mais simples do que a de dengue?
Não se pode fazer essa suposição, mas eu acho que é algo razoável de se esperar. Como há um único sorotipo de zika circulando na América do Sul, América Central e Caribe, diferentemente da dengue (que tem 4 sorotipos), é razoável esperar que seria mais fácil desenvolver uma vacina para zika. Mas não queremos ser excessivamente confiantes. Parece que é dessa forma por causa da maior simplicidade do zika, que é um único tipo de vírus.

Dezenas de instituições estão trabalhando em vacinas contra zika. Essa competição é positiva?
Elas estão colaborando entre si, mas também estão competindo, o que é bom. Quando se está tentando desenvolver uma vacina, é um fenômeno saudável ter múltiplas opções porque as vacinas são um pouco tênues. Sempre encontramos dificuldades que não eram previsíveis, então ter múltiplos candidatos ao mesmo tempo é mais uma vantagem do que uma desvantagem.

É possível saber se uma pessoa que já foi infectada por zika fica imunizada?
Esta é uma suposição razoável porque se você olhar para vírus como o da febre amarela, o vírus do oeste do Nilo, até a dengue, se você é infectado por um sorotipo, você fica protegido contra aquele sorotipo específico. Então é razoável supor que se você for infectado por zika, ficará protegido de novas infecções. Sobre isso, há um estudo interessante que saiu esta semana na revista “Nature”. O estudo em um modelo de macaco mostrou que se você infectar um macaco com zika e voltar a expor esse macaco ao vírus, ele estará protegido.

No Brasil, isso não significaria que em alguns anos todos estariam naturalmente protegidos?
Muitos estarão. Mas é preciso lembrar que a cada ano haverá um coeficiente de nascimentos que estará suscetível. Então se você tivesse uma população estática em que ninguém nascesse, aí poderia dizer que todos estariam protegidos. Mas a cada ano, milhões de pessoas novas entram para a população.

Um estudo recente concluiu que uma exposição prévia à dengue pode levar a um quadro mais severo de zika. Isso é preocupante para o Brasil?
Eu teria cuidado para não exagerar na interpretação desse estudo. Porque ele foi feito in vitro e só porque algo é visto in vitro não indica realmente que você vai ver aquele fenômeno no mundo real, in vivo. Não parece que pessoas infectadas por zika que viveram no Brasil a vida inteira têm alguma diferença de infecção em relação a viajantes que apenas passaram pouco tempo no Brasil e não tiveram infecções prévias de dengue. Aliás, temos agora nos EUA mais de 800 pessoas que são americanos que viajaraml a trabalho ou a turismo, voltaram aos EUA e desenvolveram zika que contraíram no Brasil, Colômbia ou Porto Rico. E o quadro deles não é diferente do que o de brasileiros que têm vivido no Brasil durante toda a vida e já foram expostos à dengue.

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Bahia tem o maior número de casos em investigação de microcefalia do país

  • 03 Jul 2016
  • 08:04h

(Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (30) boletim sobre a situação da microcefalia no país. No total foram 1.638 casos confirmados até 25 de junho, 22 casos a mais do que o último boletim, divulgado na quarta-feira (22). Na Bahia, são 1.159 casos notificados desde outubro de 2015, três a mais do que divulgado dia 22. Depois de um tempo só apresentando altas, o número de casos confirmados de microcefalia se manteve, com 263 casos no total. 245 casos foram descartados, contra o número de 243 do último boletim. A Bahia tem o maior número de casos em investigação (651) do país, ficando na frente, inclusive, de Pernambuco, que possui o maior número de casos confirmados (366) e de casos notificados (1.159). No Brasil, 8.165 casos estão em investigação, 126 casos a mais do que no último boletim. 54 casos novos estão em investigação, totalizando 3.061 casos. 1.638 casos foram confirmados, 22 a mais do que na última semana, e mais 50 casos foram descartados, totalizando 3.466 desde outubro de 2015. Do total de casos confirmados, 37 a mais tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika, totalizando 270 casos. O Ministério da Saúde, no entanto, ressaltou que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Os 1.638 casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 582 municípios, localizados em todas as unidades da federação e no Distrito Federal. Em relação aos óbitos foram registrados 328 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país, 4 a mais do que o Ministério divulgou no último boletim. Isso representa 4% do total de casos notificados. Destes, 87 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 184 continuam em investigação e 57 foram descartados.

Estudo sugere que dieta rica em fibras protege contra alergias alimentares

  • 02 Jul 2016
  • 19:03h

Consumo de fibras pode proteger contra alergias alimentares, segundo estudo (Foto: David Munns/D2M/Science Photo Library/Arquivo AFP)

Um estudo feito em camundongos sugere que a adoção de uma dieta rica em fibras pode prevenir a ocorrência de alergias alimentares severas. A pesquisa, feita com camundongos, foi publicada na revista "Cell Reports" na semana passada. Tentando encontrar uma explicação sobre por que a ocorrência de alergias alimentares tem aumentado nos últimos anos, pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, submeteram roedores a duas dietas diferentes: uma com maior quantidade de fibras do que a outra.Os resultados mostraram que os camundongos que consumiram alimentos ricos em fibra tiveram menos alergias severas a amendoim do que o outro grupo. Isso porque, segundo os cientistas, a dieta rica em fibra muda a flora intestinal, ou seja, as bactérias que habitam o intestino, de modo que essas "bactérias boas" sejam capazes de proteger contra as alergias. As bactérias do intestino quebram as fibras dos alimentos em subprodutos, entre os quais ácidos graxos que têm uma ação junto ao sistema imunológico que leva à prevenção de alergias severas. O estudo traça um caminho para o desenvolvimento de uma possível droga contra alergias alimentares. "Sentimos que a incidência aumentada de alergias alimentares nos últimos dez anos teria de estar relacionada à nossa própria dieta e ao nosso próprio microbioma em vez de uma falta de exposição a micróbios do ambiente - a chamada 'Hipótese da Higiene'", diz o imunologista da  Laurence Macia, um dos autores do estudo. "É provável que, em comparação a nossos ancestrais, estejamos comendo quantidades inacreditávies de gordura e açúcar e comendo quantidades fibras insuficientes", diz Charles Mackay, outro autor do estudo. "E esses achados podem estar nos dizendo que precisamos ter um consumo maior de fibras, não apenas para prevenir a alergia alimentar, mas possivelmente outras condições inflamatórias", observa o pesquisador.