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Bahia tem maior número de mortes por H1N1 desde início da pandemia de 2009

  • 30 Jul 2016
  • 12:36h

(Foto: Reprodução)

A cada quatro pessoas que contraíram o vírus H1N1 na Bahia este ano, uma morreu. Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), este é o período mais letal da doença desde a pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2009 – e ainda faltam cinco meses para 2016 acabar. De 1º de janeiro até ontem, 110 casos da H1N1 foram confirmados no estado – destes, 26 pessoas não resistiram às complicações da Gripe A. A taxa de letalidade é de 23,6%. Em 2009, quando o estado registrou 486 casos e 19 mortes, a taxa era de 3,9% de letalidade, o que demonstra que o vírus, este ano, está mais letal que nunca.  Em 2014 e 2015, a Bahia não registrou mortes pela doença, mas, em 2013, o número de óbitos em relação aos casos também foi alto: 52 infectados e 11 mortos (21,2% de letalidade). Os dados mostram que, ao menos em relação a 2009, a Bahia segue na contramão dos dados nacionais. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, até o dia 9 de julho deste ano, 1.427 pessoas morreram em decorrência da doença. Em 2009, o ano da pandemia, foram 2.051 óbitos confirmados.

 

Explicação

Para o infectologista Fábio Amorim, do Hospital Couto Maia e da Clínica Cehon, o grande número de casos de óbitos em 2016 se explica pela baixa vacinação. “Simplesmente, nos últimos anos, ninguém se vacinava, então você vai acumulando e chega um momento em que o vírus pega todos de surpresa”, comentou ele. “Este ano, também, o vírus que normalmente surge no Inverno, começou a circular no final do Verão e já tinha uma concentração maior nos estados do Sul e Sudeste. Como este ano tivemos um ‘boom’ de busca por vacinação, então acreditamos que, no próximo ano, vamos ter um número dentro do esperado”, completou Amorim. O coordenador de Imunizações da Sesab, Ramon Saavedra, disse que a explicação encontrada pelo infectologista Fábio Amorim é possível. “É uma oportunidade que o vírus encontra para entrar, porque tem um grupo de pessoas que não se vacinava. E, historicamente, a gente tem isso, porque nos anos anteriores realmente a vacina sobrava e este ano foi essa situação atípica, da população mobilizada”, indicou.

Sobreaviso

Porém, segundo Saavedra, uma explicação oficial para esse aumento nos óbitos ainda é estudada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o resultado é, inclusive, utilizado para a produção de vacina do ano seguinte. “A circulação do vírus é global e de um dinamismo intenso. A situação do ano passado foi outra e do ano retrasado também diferente”, salientou. O fato de a doença ter começado a se manifestar, em 2016, antes do Inverno, também pegou os serviços de saúde de surpresa. “Aqui na Bahia, em fevereiro, começou a aparecer e pegou os serviços de saúde completamente de surpresa, porque não é comum se preocupar com H1N1 nesta época”, disse. “A campanha de vacinação, inclusive, é programada para o final de abril a fim de que, na chegada do Inverno, a população esteja imunizada. A partir de agora, a gente vai ficar de sobreaviso para já no início do ano começar a monitorar”, completou o coordenador de imunizações.

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Vacina contra dengue é testada em 17 mil voluntários brasileiros

  • 28 Jul 2016
  • 18:04h

(Foto: Reprodução)

A vacina brasileira contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan será testada em voluntários de Porto Alegre (RS), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), São José do Rio Preto (SP) e São Paulo (SP). Esta é a última etapa de testes antes de ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser produzida em larga escala e usada em campanhas de imunização. Segundo a Agência Brasil, 17 mil voluntários com idade entre 18 a 59 anos participam do estudo. Uma equipe médica acompanhará os efeitos da vacina durante cinco anos, além de comparar a consistência da resposta imune entre os diferentes lotes da vacina. Durante os testes, dois terços dos voluntários recebem a vacina e, no restante, é aplicado um placebo. As vacinas foram desenvolvidas em parceria com os institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

Diagnóstico para zika e dengue agora tem resultado em no máximo 2 horas

  • 27 Jul 2016
  • 19:04h

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O tempo de espera pelo resultado, que em Salvador chega a mais de uma semana, foi reduzido desde que o Hospital Cárdio Pulmonar (HCP) passou a realizar exames laboratoriais para o diagnóstico de arboviroses, doenças causadas por alguns tipos de vírus transmitidos por mosquitos, fazendo a análise do material coletado em seu próprio laboratório. “O nosso pioneirismo está em fazer a análise do material no nosso laboratório. Isso possibilita a redução do tempo de entrega do laudo. Assim, para os pacientes internados ou da emergência conseguimos liberar o resultado em até duas horas. Para os que procuram o nosso posto de coleta ambulatorial o resultado pode ser entregue no mesmo dia”, destaca o coordenador do Laboratório do Cárdio Pulmonar, o médico patologista Fábio Sodré. Os novos testes, aprovados pela Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro, conseguem detectar a presença de dois tipos de anticorpos, o IgG (imunoglobina G) e IgM (imunoglobina M) contra o zika vírus e o vírus da dengue, já para o diagnóstico da chikungunya apenas anticorpos da classe IgM estão disponíveis. 

Os anticorpos IgG indicam se houve uma infecção mais antiga pelo vírus. Já os anticorpos IgM são produzidos na fase aguda da doença e indicam o contato recente com o vírus e podem ser detectados entre  cinco  e  sete  dias após o aparecimento dos primeiros sintomas. Outra novidade em relação ao diagnóstico de arboviroses é a possibilidade de detecção direta do vírus da dengue pela pesquisa do antígeno NS1 que possibilita o diagnóstico de dengue nos primeiros sintomas da doença. Todos estes exames passaram a fazer parte do rol de exames da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano de 2016, o que obriga as operadoras de planos de saúde a pagarem por estes testes laboratoriais. Caso não haja acordo entre a operadora e a laboratório, o paciente tem o direito de solicitar o reembolso do valor pago junto ao plano. O laboratório está localizado no Centro Médico Cárdio Pulmonar, na Rua Ponciano Oliveira, 157, no bairro do Rio Vermelho e funciona de segunda-feira a sábado. A unidade garante conforto, agilidade no atendimento dos pacientes e o desjejum é servido pelo Seven Café. Além de uma equipe altamente especializada, composta por médicos, bioquímicos, biomédicos, atendentes, supervisores e coletadores, o laboratório do HCP participa do programa de Proficiência em Ensaios Laboratoriais (PELM), uma garantia da qualidade dos resultados fornecidos.

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Sarampo está eliminado do Brasil, segundo entidade internacional

  • 26 Jul 2016
  • 14:42h

(Foto: Reprodução)

O sarampo está eliminado no Brasil, de acordo com a presidente da Comissão Internacional de Especialistas para a Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), Marceline Dahl-Regis. O último caso relatado no país foi no Ceará, em julho de 2015. Até o final de 2016, a expectativa é que o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O mesmo ocorreu, em 2015, com a rubéola e a síndrome da rubéola congênita. Durante visita nesta terça-feira (26), Dahl-Regis elogiou o trabalho integrado do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Ceará. "O Ministério da Saúde, junto com a Secretaria Estadual e municipais de Saúde no Ceará, buscaram sempre agir de forma oportuna para enfrentar e garantir a interrupção da cadeia de transmissão do sarampo. Isso demonstra a eficiência do trabalho integrado feito pelo monitoramento e a vigilância dentro do Sistema Único de Saúde do Brasil", completou o secretário executivo, Antônio Nardi. No Brasil, o sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968. Desde a implantação do Plano de Eliminação do Sarampo, em 2000, a doença apresentou baixa morbimortalidade. No mesmo ano, foram registrados os últimos casos autóctones no país.

Vacina contra a dengue será vendida até R$ 138, determina Anvisa

  • 26 Jul 2016
  • 11:53h

(Foto: Reprodução)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu o preço da vacina contra a dengue autorizada no Brasil. O imunizante, produzido pela empresa Sanofi, deverá custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53. Os valores foram divulgados nesta segunda-feira, 25, pela agência. A vacina da Sanofi, chamada de Dengvaxia, é a única com registro na Anvisa até o momento. O tratamento nesse caso inclui três doses, com seis meses de intervalo entre elas. Outros imunizantes estão sendo produzidos contra a doença - entre eles a vacina do Instituto Butantã, que iniciou testes com voluntários em junho deste ano. O Estado do Paraná vai dar início nesta terça-feira, 26, a uma campanha de vacinação contra a dengue com a vacina da Sanofi. O número de doses não foi informado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A campanha terá início às 16 horas, na área portuária, em Paranaguá (PR), considerada uma das regiões mais afetadas pelo mosquito Aedes aegypti. Até o final de junho, o Estado registrava 52.237 casos e 61 mortes. A doença já atingiu 319, dos 399 municípios paranaenses. Este número pode superar o recorde de 2012-2013, quando 54.176 pessoas foram infectadas.

'Pílula do câncer' é testada em humanos

  • 25 Jul 2016
  • 19:02h

(Foto: Reprodução)

Começam nesta segunda-feira (25) no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) os testes em humanos com a fosfoetanolamina, composto que ficou conhecido como "pílula do câncer". O anúncio do início dos testes foi feito na semana passada. Nesta fase inicial, a substância será avaliada em 10 pacientes para determinar a segurança da dose. Se a droga não apresentar efeitos colaterais, a pesquisa seguirá com mais 200 pacientes. Dez tipos de câncer diferentes estão incluídos nos testes - ou seja, 21 indivíduos com cada tipo da doença receberão três comprimidos da fosfoetanolamina. O anúncio foi feito pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A fase na qual 210 pacientes participarão da pesquisa deverá durar cerca de seis meses. O início dos testes foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde.

Se pelo menos três pacientes de cada um desses grupos de câncer apresentar uma melhora no quadro de saúde devido à pílula, o governo deverá liberar mais uma fase do estudo com a chamada de mais 80 indivíduos. No total, até mil pessoas poderão participar do processo. Toda a pesquisa deverá ser encerrada em dois anos. Caso nenhum dos 210 pacientes iniciais apresentar qualquer melhora ou sintoma, o estudo será encerrado no prazo estipulado de até seis meses. "[Escolhemos] pacientes em tratamento no instituto. Não haverá a inscrição de pacientes de fora [para os testes], pelo menos não neste primeiro momento", disse Paulo Marcelo G. Hoff, vice-presidente do Icesp, na semana passada. "Nós achamos que era mais justo tratar os pacientes que já são da instituição. Ou seja, não há nenhum favorecimento. A escolha será feita baseada nos critérios de inclusão e exclusão que estão muito bem determinados para cada um dos 10 grupos [de câncer]", completou. Os pacientes escolhidos buscaram os médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) e não estão em estado terminal, segundo Hoff. Ele diz que os indivíduos escolhidos não têm outra opção de tratamento curativo disponível e estão em condição física pra responder aos testes. Além disso, os pacientes não deverão receber nenhum tipo de medicamento durante o processo. Por isso, as pessoas selecionadas respeitaram o critério de poder estar há dois meses sem o tratamento tradicional sem qualquer impacto na expectativa de sobrevida durante os próximos meses. A substância foi encaminhada para o Icesp pela Fundação para o Remédio Popular (Furp) - laboratório oficial da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Ainda de acordo com o governo do estado, há cápsulas suficientes para a realização da pesquisa.

 

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Álcool está diretamente relacionado a sete tipos de câncer, diz estudo

  • 24 Jul 2016
  • 18:05h

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Um estudo publicado nesta quinta-feira (21) pela revista científica Addiction apontou que o consumo de álcool está diretamente relacionado à ocorrência de sete tipos de câncer. A pesquisa, feita por uma cientista da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, a revisão avaliou dados de pesquisas sobre álcool e câncer publicadas nos últimos 10 anos. De acordo com o estudo, os cânceres provocados pelo consumo de álcool são o de orofaringe, esôfago, fígado, cólon, reto e mama feminina. A revisão concluiu que o álcool causou cerca de 500 mil mortes por câncer em 2012, 5,8% do total de mortes por câncer no mundo. Enquanto o problema maior está relacionado ao consumo excessivo de bebidas, mesmo o consumo baixo e moderado pode representar um risco.

Zika pode ser transmitido por outro tipo de mosquito

  • 22 Jul 2016
  • 07:02h

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Popularmente conhecida por muriçoca ou pernilongo doméstico, o mosquito Culex quinquefasciatus, pode ser mais uma forma de transmissão do vírus Zika. Essa possibilidade foi levantada após estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em coletas realizadas no Recife. Até o momento, a literatura não comprovava essa possibilidade de outro vetor do vírus causador da doença.  Na Região Metropolitana do Recife, a população do Culex é cerca de vinte vezes maior do que a população do Aedes aegypti, de acordo com a Fiocruz que conduziu a pesquisa na RMR.   Segundo a Fundação, os resultados preliminares da pesquisa de campo identificaram, no trabalho de campo, mosquitos infectados pelo vírus zika em três dos 80 pools - é constituído de 1 a 10 mosquitos coletados em cada localidade, separado por sexo e espécie. 

 

 

Amostras e pesquisa

A pesquisa revela que em duas das amostras os mosquitos não estavam alimentados, o que demonstrou que o vírus estava disseminado no organismo do inseto e não em uma alimentação recente num hospedeiro infectado. Segundo a Fundação, a foi utilizada a técnica RT-PCR quantitativa, baseada na detecção do RNA (material genético) do vírus. Com isso, esses grupos que apresentaram resultado positivo tiveram material usado para isolar as linhagens de vírus circulantes em Recife, em cultura de células, onde foi observada a destruição ou danificação das células vero, o que comprova a presença de atividade viral.

Coleta

As cidades de Recife e Arcoverde tiveram a coleta dos mosquitos, com base nos endereços dos casos de zika no estado, de acordo com as informações da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE, sendo ao todo capturados aproximadamente 500 deles.  A intenção da pesquisa foi comparar o papel de algumas espécies do mosquito quanto a transmissão de arboviroses, no entanto, a prioridade foi para a observação do zika vírus vista a expansão da doença no país e sua relação com a Microcefalia. 

Em laboratório

Foi dado aos mosquitos, em laboratório, uma mistura de sangue e vírus, a fim de acompanhar o processo de replicação patógeno dentro do inseto. A coordenadora do estudo, Constância Ayres, explicou que duas infecções foram feitas ao mosquito com concentrações diferentes do vírus, inclusive, uma delas simulando a viremia de um paciente real.  Houve dissecação dos mosquitos e a manutenção do grupo de controle. Portanto, durante o processo de infecção pelo vírus, a espécie que não é vetor, em determinado momento o desenvolvimento do vírus é bloqueado pelo mosquito. No entanto, de acordo com a Fiocruz, se ela é vetor, a replicação do vírus acontece, dissemina no corpo do inseto e acaba infectando a glândula salivar, a partir da qual poderá ser transmitido para outros hospedeiros durante a alimentação sanguínea, pela liberação de saliva contendo vírus.  Partindo desse princípio, de acordo com a coordenadora da pesquisa, a partir do terceiro dia após a alimentação artificial, já foi possível detectar a presença do vírus nas glândulas salivares das duas espécies de mosquito investigadas. Após sete dias, foi observado o pico de infecção nas glândulas salivares o que foi confirmado através de microscopia eletrônica. Além disso, a carga viral encontrada nas duas espécies estudadas (Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus) foi similar. 

Próximos estudos

Estudos adicionais serão realizados para avaliar o potencial de participação do Culex na disseminação do vírus zika e seu real papel na epidemia. 

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Testes demonstram que 'pílula do câncer' não tem efeito sobre tumores

  • 21 Jul 2016
  • 20:01h

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Pesquisas realizadas pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) demonstraram que a fosfoetanolamina sintética, também conhecida como pílula do câncer, não tem efeito no tratamento de tumores. Os cientistas usaram roedores com tumores de crescimento rápido nos experimentos. Após doses de fosfoetanoalmina durante dez dias, segundo o jornal O Globo, não houve nenhuma melhora em comparação a animais que permaneceram sem tratamento. De acordo com os pesquisadores, apesar da ausência de efeito sobre tumores de proliferação rápida, uma eventual eficácia em seres humanos não deve ser descartada. Para isso, serão necessários exames clínicos.

SUS oferecerá remédio que pode prevenir a aids

  • 20 Jul 2016
  • 17:22h

(Foto: Reprodução)

O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira, 19, que pretende incluir na lista de medicamentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS), até o fim do ano, o remédio que pode prevenir a infecção pelo HIV. A informação foi dada pela diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Adele Benzaken, durante a 21ª Conferência Internacional de Aids, na África do Sul, e confirmada pelo órgão federal. Chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP), mas mais conhecido como truvada - seu nome comercial -, o medicamento diminui as chances de contaminação pelo vírus da Aids quando tomado continuamente, mas pode trazer efeitos colaterais, como leves disfunções gastrointestinais e renais. A pílula de ingestão diária combina dois tipos de antirretrovirais (tenofovir e emtricitabitina) e é indicada para a população não infectada, mas que tem maior chance de contágio. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o remédio diminui em até 92% o risco de o vírus entrar nas células. A estimativa do Ministério da Saúde é de que 10 mil pessoas tenham acesso ao medicamento no primeiro ano. "O remédio deverá ser ofertado em serviços especializados do SUS para populações com risco acrescido, como travestis, homens que fazem sexo com homens, transexuais e profissionais do sexo", disse a pasta, em nota.

 

Em julho de 2014, a OMS divulgou diretriz recomendando que homens homossexuais utilizassem a PrEP como forma adicional de prevenção à infecção por HIV, além do preservativo. "As taxas de infecção por HIV entre homens que fazem sexo com homens continuam altas em quase todos os lugares do mundo e novas opções de prevenção são necessárias com urgência", declarou a organização, em informe na época. Segundo o ministério, o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais já prepara um protocolo clínico de PrEP para ser encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS, órgão que define quais medicamentos, terapias e tratamentos são incluídos na rede pública. Como a maioria dos integrantes da comissão pertence a órgãos do ministério, o antirretroviral não deverá enfrentar dificuldade para ter sua incorporação aprovada

Aval

Para dar base à decisão de incluir o antirretroviral em sua lista de medicamentos gratuitos, o ministério financiou dois estudos de PrEP no Brasil, que estão sendo conduzidos pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz. Para Zarifa Khoury, infectologista do Instituto Emílio Ribas, a medida anunciada pelo ministério é positiva e necessária. "Até hoje, a camisinha sempre foi a única forma de prevenção, mas, claramente, não atende a todos. Tanto não atende que a epidemia não parou de se alastrar. Há algumas pessoas que não conseguem usar o preservativo em 100% das situações e, para eles, a PrEP é necessária. A ideia é que ela seja associada ao uso da camisinha."

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Cientistas identificam droga que pode bloquear passagem de zika para o feto

  • 20 Jul 2016
  • 07:01h

(Foto: Reprodução)

Um novo estudo feito por cientistas americanos mostra como o vírus zika passa da mulher grávida para feto. Os pesquisadores também identificaram uma droga que pode bloquear a entrada do vírus no organismo do feto em desenvolvimento. De acordo com os autores, há duas vias para que o vírus chegue ao feto: pelas células da placenta, durante o primeiro trimestre de gravidez, e pelo saco amniótico - a membrana que envolve o bebê e o líquido amniótico -, durante o segundo trimestre. Em um estudo feito em laboratório com tecidos humanos, os pesquisadores mostraram que um antigo antibiótico veterinário, chamado Duramycin, consegue bloquear a replicação do vírus em células que o transmitem nas duas vias de infecção. A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) e da Universidade de Califórnia em Berkeley (UCB) - ambas nos Estados Unidos - e publicada nesta segunda-feira, 18, na revista científica Cell Host & Microbe. 

"Muito poucos vírus atingem o feto durante a gravidez e causam defeitos congênitos. Compreender como alguns vírus são capazes de fazer isso é uma questão muito relevante e pode ser a mais importante para pensarmos em maneiras de proteger o feto quando a mãe é infectada", disse uma das autoras da pesquisa, a virologista Lenore Pereira, da UCSF. O Duramycin é um antibiótico produzido por bactérias para destruir outras bactérias. Seu uso é comum em animais e em testes clínicos para pessoas com fibrose cística. Estudos recentes têm mostrado, em experimentos de culturas de células, que ele também é eficaz contra flavivírus, como os vírus da zika, da dengue e da febre Oeste do Nilo, e contra filovírus, como o vírus Ebola. "Nosso artigo mostra que o Duramycin bloqueia com eficiência a infecção de inúmeros tipos de células da placenta por linhagens do vírus zika isolados recentemente da epidemia que ocorre na América Latina, onde a infecção durante a gravidez tem sido associada à microcefalia e outros defeitos congênitos", disse outra das autoras, a infectologista Eva Harris, da Escola de Saúde Pública da UCB. "Isso indica que o Duramycin ou drogas semelhantes podem reduzir com eficiência a transmissão do vírus da zika da mãe para o feto, por meio das duas rotas potenciais, impedindo os defeitos congênitos associados", disse Eva. Segundo os autores do estudo, o vírus infecta diferentes tipos de células de dentro e de fora da placenta, incluindo as membranas fetais. Eles descobriram que as células epiteliais da membrana amniótica que envolve o feto são particularmente suscetíveis à infecção por zika.

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Contratos com médicos cubanos serão substituídos ainda este ano

  • 19 Jul 2016
  • 19:04h

Foto: Luciano Lanes / PMPA

Os médicos cubanos que participam do programa Mais Médicos terão sua permanência no país prolongada por mais quatro meses devido às eleições municipais, sendo substituídos em seguida. A primeira etapa do programa, da qual os profissionais cubanos participam, encerra em julho. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a decisão está na contramão das tentativas do governo federal de mantê-los no Brasil. A decisão de encerrar o prazo inicial de três anos foi definida em reunião entre o Ministério da Saúde, o governo de Cuba e a Organização Pan-Americana de Saúde. A medida valerá para os médicos cubanos que chegaram ao Brasil nos dois primeiros ciclos de inscrições – os contratos encerram entre julho e outubro deste ano. A previsão é de que, com a saída, cerca de 2.400 médicos ocupem essas vagas.

Brasil já registrou 165,9 mil infecções por zika em 2016, segundo boletim

  • 18 Jul 2016
  • 20:04h

(Foto: Reprodução)

O Brasil já registrou 165.932 casos prováveis de febre pelo vírus da zika no Brasil em 2016, até o dia 11 de junho, segundo novo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Em duas semanas, desde a divulgação do último boletim, foram 4.691 novos casos de zika registrados no país. Não houve novas mortes de adultos pelo vírus da zika desde o último boletim: há apenas uma morte registrada em 2016 no Rio de Janeiro. Três outras mortes pelo vírus tinham ocorrido em 2015. O estado com maior número infecções pelo vírus da zika até o momento é a Bahia, com 46.427 casos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 46.027 casos. Já a região com maior taxa de incidência de zika é o Centro-Oeste, com 163,5 casos a cada 100 mil habitatnes. Os estados com maior taxa de incidência são Mato Grosso, Bahia, Rio de Janeiro e Tocantins. Desde outubro de 2015, o país já registrou 1.687 casos de microcefalia provavelmente relacionados ao vírus da zika.

 

Dengue
Até 11 de junho, o país tinha registrado 1.345.286 casos prováveis de dengue. Foram 50.703 novos casos em duas semanas, desde a divulgação do último boletim. O número é ligeiramente menor do que o registrado na mesma época no ano passado: 1.379.124. O ano de 2015 foi recordista de dengue: ao todo, foram 1.649.008 casos, maior número registrado na série histórica, iniciada em 1990. As regiões Centro-Oeste e Sudeste têm as maiores taxas de incidência de dengue: 949,9 casos por 100 mil habitantes e 940,6 casos por 100 mil habitantes respectivamente. Em 2016, foram confirmadas 318 mortes por dengue e 511 casos de dengue grave. Apesar de o número de casos da doença estar quase tão alto quanto no ano passado, o número de mortes diminuiu 57,7% em relação a 2015.

Chikungunya
Foram 137.808 casos prováveis de chikungunya no país até o dia 11 de junho. Em duas semanas, desde o último boletim, foram registrados 15.046 novos casos. A região com maior taxa de incidência da infecção foi o Nordeste, com 213,2 casos por 100 mil habitantes. Só este ano, foram confirmadas 17 mortes por chikungunya, principalmente entre idosos. A mediana da idade das vítimas foi de 69 anos. Em 2015, o país tinha registrado 38.332 casos prováveis de febre de chikungunya.

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Proposta de criar planos de saúde populares causa polêmica no setor

  • 18 Jul 2016
  • 18:03h

(Foto: Reprodução)

Em um período de alta do desemprego, entre maio de 2015 e maio de 2016, os planos de saúde perderam 1,4 milhão de usuários. Para Solange, o momento crítico pede revisão do modelo da saúde suplementar, já que estes ex-usuários irão passar a usar mais o SUS. ”O setor de saúde tem uma relação direta com emprego e renda. Portanto, os recursos estão escassos e precisa-se da compreensão de toda a sociedade para conseguir dar acesso à saúde para toda a população”. Por outro lado, especialistas em saúde coletiva e membros do Conselho Nacional de Saúde vêm defendendo que a solução é garantir mais investimentos para a saúde pública. Logo que Barros tornou pública sua proposta, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva em parceria com o Instituto de Defesa do Consumidor emitiu nota adiantando que entrarão na Justiça caso os planos de saúde populares virem realidade. Para as entidades, é falsa a ideia de que planos de saúde mais baratos aliviarão a rede pública. “No momento de recessão, desemprego e inflação, o que a população mais precisa é de proteção social e, portanto, de mais investimentos no SUS “, diz a nota. Segundo as entidades, os planos de saúde já cometem “abusos” como negações e exclusões de cobertura, barreiras de acesso para idosos e doentes crônicos, reajustes proibitivos e rescisões unilaterais de contratos, demora no atendimento, e o modelo novo só pioraria o cenário.

Pesquisadora apresenta evidências de que muriçoca também pode transmitir Zika

  • 17 Jul 2016
  • 18:02h

(Foto: Reprodução)

O mosquito Aedes aegypti tem sido apontado como o principal vetor do Zika. Ainda assim, o Zika pode ter também outros vetores, como o mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca, alertou Constância Flávia Junqueira Ayres Lopes, pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da Fiocruz em Recife. "Há sérias dúvidas se o Aedes aegypti é um vetor exclusivo do vírus Zika", afirmou em uma mesa redonda durante a 68ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu na última semana. "Em ambientes silvestres várias espécies de Aedes estão implicadas no processo de transmissão. Por que em ambientes urbanos somente uma espécie estaria envolvida?", questionou, segundo a Agência Fapesp. De acordo com a pesquisadora, o mosquito Aedes aegypti começou a ser incriminado como vetor do vírus Zika em1947, quando foi encontrado em uma floresta com nome homônimo em Uganda, na África, por pesquisadores financiados pelo Instituto Rockefeller, dos Estados Unidos. Desde então, diversos outros isolamentos do vírus foram feitos a partir de diferentes espécies de Aedes. Nas epidemias mais recentes do vírus Zika, como em 2007, na Micronésia, na região do Pacífico, quando cerca de 70% da população da ilha de Yap, com população de 7,3 mil pessoas, foi infectada, não foi encontrado nenhum pool de Aedes aegypti, afirmou a pesquisadora. 

"Na verdade, há pouquíssimos mosquitos Aedes aegypti na Micronésia. Há outras espécies de Aedes na região, mas o Aedes aegypti é muito raro na maioria das ilhas e completamente ausente nas ilhas onde houve uma grande ocorrência de casos de infecção pelo Zika vírus", disse. Quando ocorreu a epidemia, Lopes entrou em contato com pesquisadores da região a fim de saber qual era a espécie de mosquito mais abundante por lá. A resposta dos pesquisadores foi o Culex quinquefasciatus, que não tinha sido investigado como um vetor do Zika. "A questão é que todo mundo que estudou a circulação do vírus Zika antes só olhou para as espécies de Aedes. Como esses mosquitos já são conhecidos como vetores de dengue, chikungunya e febre amarela, por que não seriam também do Zika?". Ensaios realizados por pesquisadores, em que foram infectados, em laboratório, mosquitos Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti com Zika para comparar suas capacidades de transmitir o vírus, indicaram que o desempenho das duas espécies é muito semelhante. "Como o Culex quinquefasciatus é mais abundante no ambiente urbano do que o Aedes aegypti, queremos saber agora qual tem maior importância no papel de transmissão do vírus Zika", contou Lopes. Os resultados dos estudos realizados pelos pesquisadores da Fiocruz foram apresentados à OMS, que recomendou à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que outras espécies de mosquitos – principalmente o Culex quinquefasciatus – fossem investigados em regiões com casos registrados de infecção por vírus Zika no mundo.

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