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Vegetarianas têm mais risco de sofrer fratura no quadril, diz estudo

  • Bahia Notícias
  • 24 Ago 2022
  • 16:54h

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mulheres que seguem uma dieta vegetariana correm 33% mais risco de fraturar o quadril durante a meia idade em comparação com as carnívoras, segundo um estudo feito na Universidade de Leeds, no Reino Unido.

A pesquisa, publicada na revista BMC Medicine, analisou dados de 26.318 voluntárias de meia-idade classificadas como carnívoras regulares, carnívoras ocasionais, pescetarianas (que comem peixe e frutos do mar, mas não consomem carne) e vegetarianas.

Ao longo dos últimos 20 anos, 822 das mulheres sofreram fraturas no quadril, o que equivale a 3% de todas as participantes. Entre as vegetarianas, o risco foi um terço maior em comparação com as carnívoras.

Os pesquisadores relacionaram a chance de ter a fratura à baixa ingestão de nutrientes essenciais para a saúde, o que pode levar à menor densidade mineral óssea e massa muscular.

"Esses nutrientes, como proteínas e cálcio, geralmente são mais abundantes em carnes e outros produtos animais do que em plantas", escreveram os autores do estudo.

De acordo com os cientistas, o Índice de Massa Corporal (IMC) médio das pessoas que não comiam carne ou peixe era ligeiramente menor do que o das que consumia proteína de origem animal regularmente. A relação entre baixo IMC e fraturas no quadril já foi apontada em estudos anteriores.

Os pesquisadores destacaram que o objetivo do estudo não é incentivar que as mulheres abandonem a dieta vegetariana, mas que elas procurem acompanhamento nutricional para reforçar a dieta com nutrientes encontrados em outras fontes. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

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A economia está descendo a ladeira. E Bolsonaro vai aguentar mais essa?

  • Levi Vasconcelos
  • 24 Ago 2021
  • 10:23h

"Não tem como aguentar. Os juros vão subindo, a inflação também, e a cada ponto que sobe, o Brasil acrescenta R$ 40 bilhões à dívida bruta" | Foto: Reprodução

Claro que nem sempre é a economia que derruba governo, mas há um consenso: economia mal é letal. No cenário atual do Brasil, a inflação dispara, o dolar só sobe, a Bolsa cai e no embalo, o pior, a fuga de capitais. Pergunta ao senador Otto Alencar (PSD). E Bolsonaro aguenta isso?

— Não tem como aguentar. Os juros vão subindo, a inflação também, e a cada ponto que sobe, o Brasil acrescenta mais R$ 40 bilhões à dívida bruta.

Otto ressalta que ao painel econômico desanimador tem outro ingrediente de peso na trajetória de Bolsonaro:

— Estamos a pouco mais de um ano das eleições, e o presidente está sem partido. Onde já se viu isso, governar sem partido? Aí ele fica refém do Centrão, que não é partido, e, na hora H, cada integrante serve às suas conveniências.

Conservadores

Para além da economia e das relações políticas, Otto diz que em Brasília o clima oscila entre a perplexidade e a incredulidade com a incrível capacidade presidencial de criar problemas todos os dias.

— Dizem que ele conservador? Eu conheço muitos conservadores que se arrepiam. Ele xinga jornalistas, chama de jacaré, calunia, difama, espalha fake news, distrata as pessoas como fez com o senador Randolfe Rodrigues, é completamente despreparado.

Em síntese, pelo exposto, Bolsonaro vencer ano que vem será um milagre. Como ele anda cercado de gente que diz que pode, quem sabe?…

Baianos jogaram conforme as próprias conveniências na hora do voto impresso

  • Levi Vasconcelos
  • 14 Ago 2021
  • 13:26h

Em síntese, a oposição está entre Bolsonaro lá, e João Roma e Neto cá | Foto: Reprodução

Os votos dos 39 deputados federais baianos na apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que previa voto impresso obrigatório já nas eleições de 2022 foram alvos de análises ontem entre políticos, e disso resulta, de saída, duas surpresas, uma pró e outra contra Bolsonaro.

A pró: o deputado Jonga Bacelar (PL), que sempre se portou como aliado do presidente, votou contra, como, aliás todo o partido (os outros dois colegas dele, Zé Rocha e Raimundo Costa). Abílio Santana (PL) não quis contrariar o partido e sumiu. Cacá Leão (PP), filho do vice-governador João Leão, aliado de Rui Costa, votou a favor.

O placar final deu 21 a favor, 9 contra e 9 ausentes. Entre estes últimos está o deputado Sargento Isidório (Avante), que nas redes levou fama de fujão. Na real, desde o início da tarde de ontem ele está internado no Hospital Santa Isabel, onde foi operado em consequência de uma hérnia inguinal. Ainda está lá.

Neto

Também chamou atenção o pessoal do DEM, partido presidido nacionalmente por ACM Neto, que anunciou a posição da agremiação: contra.

Paulo Azi, o presidente do DEM na Bahia, não apareceu; Arthur Maia idem; mas Leur Lomanto Junior e Igor Kannário votaram a favor.

Já Elmar Nascimento, agora no PSL, mas também amigo de Neto, não apareceu.

O painel revela a indefinição federal na banda da oposição. O DEM de Neto está meio lá, meio cá; PDT dividido, com Félix Mendonça Jr., presidente estadual, contra, mas o outro parlamentar do partido, Alex Santana, a favor.

Em síntese, a oposição está entre Bolsonaro lá, e João Roma e Neto cá.

Brumado: A Pandemia, a Folia e a Insanidade

  • Daniel Simurro
  • 11 Ago 2021
  • 10:52h

(Foto: Ilustrativa)

Num mundo cada vez mais insano, onde a lucidez deveria ser uma referência, o que vemos é o despertar das síndromes, de uma Burnout que desestimula, de uma violência atroz que dilacera os lares e de uma procura desesperada pela felicidade que, cada vez mais, parece confinada à eterna efemeridade.

Então, nesse contexto, a sanidade chega a ser utópica, pois por nada se perde o equilíbrio, que faz os abismos entre as nossas esperanças e a nossa realidade ser ainda mais profundo. Então uma nova lógica coletiva pode estar sendo inaugurada que é a da “insanidade sã”, já que o mundo atual faz com que admitamos que a ansiedade, o medo, as incertezas, a tristeza, o ódio e tantas outras adversidades nos conscientizem que somos simples seres humanos.

Brumado acabou entrando nesse ambiente essa semana, já que o anúncio da possibilidade da realização da festa momesca fez com que muitos ficassem motivados a desfrutarem do reino da alegria.

Só que não existe a mínima lógica para tal “insanidade”, pois, primeiramente o prefeito municipal, defensor intrasigente da austeridade, sempre se mostrou avesso ao Carnaval e quando o fez, foi, ao que tudo indica, para obter ganhos eleitorais, então, partindo desse pressuposto, a realização do carnaval em 2022 seria uma afronta ao racional.

Que o brumadense gosta da folia isso é inegável, tanto que o município ostentou por muito tempo o título de melhor carnaval do interior baiano, mas, em tempos de pandemia e suas variantes implacáveis, se anunciar a realização da festa seria zombar das famílias e dos seus entes queridos que se foram.

Infelizmente, para os que ainda esperam estar sãos, ainda não é tempo de alegria plena, pois, por mais que a morte venha sendo banalizada, não se pode vulgarizá-la, como se nada tivesse acontecido e os Ubiratans, os Clementes, os Jurassis, os Jonas e tantos outros que se foram sejam apenas partes do passado.

A alegria tem que ser buscada sim, pois a vida está tão dura que ter que ser contrabalanceada, temos sim que nos alegrar, mas com a devida medida existencial, mas se realizar um carnaval após esse período tão nefasto que ainda nem acabou, seria realmente um atestado de insanidade brutal.

No fundo é uma discussão inócua, que surgiu na mente nervosa de um midiático provocador que gosta de “ver o circo pegar fogo” e depois sair correndo como um menino malino se deliciando com as chamas ardendo.

Muitos são apaixonados pela “festa da carne” e isso têm que ser levado em conta, mas num momento como esse seria assumir a postura de um pandego e “bater palma para maluco dançar”. Então quem sabe, por que não, em 2023 ou 2024, onde, provalmente a pandemia já acabou e aí, se poderá comemorar, pois como diz o poeta "a vida continua". 

Fábio Vilas-Boas, o que se atropelou com as próprias pernas (ou língua)

  • Levi Vasconcelos
  • 06 Ago 2021
  • 11:44h

(Foto: Reprodução)

Como pode Fábio Vilas-Boas, um cardiologista respeitado, que esbanja bom conhecimento quando fala como médico, figura antenada com os avanços da medicina nos quatro cantos do mundo, e, mais que isso, secretário que se consagrou como gestor na pandemia, ir para Ilha dos Frades dar uma pisada na bola dessas?

O bom Fábio vai pagar um preço altíssimo para aprender que notícia tem hierarquia moral. E o bom dos atores públicos é protagonizar as boas. Quanto mais acertos a falar, melhor. Protagonizar as más muitas vezes é letal. São tão cavernosas que sepultam as boas. Foi exatamente isso que Fábio Vilas-Boas acabou de fazer. A notícia ruim matou as boas.

Turbulências

Os danos da pisada de bola, ao chamar a cidadã de ‘vagabunda’, na comunicação, mais ainda nestes tempos de sociedade em rede, são de difícil cicatrização. Fábio, que ano passado foi muito citado como possível candidato a prefeito, paga um bom preço nessa área também. Que pena. Perdeu para ele mesmo.

O sentimento entre os governistas ontem mesclava tristeza e lamentos. Justo agora, que as turbulências pré-eleitorais de 2022 se aproximam, no caso em apreço, também significa mais munição para o inimigo.

Claro que Fábio se desculpou, e, da nossa parte, desculpas aceitas. Mas ele já fica na história como alguém de bela trajetória que se melou tanto por tão pouco. Que pena.

Fundão de R$ 4 bilhões, uma história de melancólico final

  • Levi Vasconcelos
  • 29 Jul 2021
  • 16:54h

(Imagem Ilustrativa)

Ano passado, 19.342 pessoas se candidataram a prefeito nos 5.560 municípios brasileiros, e 517.802 disputaram mandatos de vereador. Foi a estreia do Fundo Eleitoral, com R$ 1,7 bilhão. Se repartido equitativamente, daria pouco mais de R$ 3,16 para cada.

Óbvio que as eleições federais e estaduais têm bem menos candidatos. Em 2018 foram 14 candidatos a presidente, 202 a governador, 357 a senador, 8.588 a deputado federal e 18.922 a estadual. Total de 28.083 candidatos.

Se rateados os R$ 4 bilhões que Bolsonaro está prometendo aprovar, a coisa muda radicalmente: dá R$ 142,4 mil para cada.

Final previsto

Claro que a partilha equitativa é hipotética. Em 2018, partidos direcionaram mais ou menos recursos conforme a quem interessava. Se o Fundão for aprovador como diz Bolsonaro, os R$ 4 bilhões, é evidente que os partidos, com todos os seus defeitos, estarão empoderados.

Diz-se que em eleição federal os universos são mais abrangentes, daí a necessidade de mais dinheiro. Mas sem as coligações, os deputados com mandato estarão bem mais fortes que a concorrência.

E é aí que está o xis da questão: Bolsonaro ameaçou vetar o Fundão, inicialmente proposto em R$ 5,7 bilhões, e perguntamos se ele ia aguentar. Não aguentou. Promete um abatimento, baixando para R$ 4 bilhões.

O epílogo do caso já é conhecido: a gente morre no fim. É dinheiro nosso.

Chico Azar: a defesa do meio ambiente passa por a consciência ir além da latrina

  • Levi Vasconcelos
  • 07 Jun 2021
  • 19:18h

...Se enfeita todo para ir a uma festa, vai ao sanitário, faz a higiene sua e do espaço, mas daí em diante não liga para o destino da merda que ele deixou lá' | Foto Ilustrativa

Chico Azar era, pescador, a vida inteira entre o mar e os manguezais, figura conhecida no folclore do tititi de Valença no fim do século passado, falastrão, fama de mentiroso, vezes metido a filosófo, em qualquer circunstância trânsito livre pelos quatro cantos da cidade. Hoje, olhando de cá, dá para pescar no mar de falácias bem humoradas do bom Chico peixe de primeira. Veja uma que ele dizia:

— Meio ambiente? Sobre isso, temos um país de semi-analfabetos. É um povo que a moral, quando muito, acaba na latrina. Se enfeita todo para ir a uma festa, vai ao sanitário, faz a higiene sua e do espaço, mas daí em diante não liga para o destino da merda que ele deixou lá.

Ventos etc.

Chico dizia que só olhar a natureza pura já rendia três boas pescarias, ou na linguagem acadêmica, a defesa de valores triplamente qualificados:

1 — É dever de ofício, vivo disso. Não sou maluco de sujar o prato que como.

2 — É bom para todos. Até para os bichos. E estamos no bolo. Somos bichos que comemos bichos. Ou não?

3 — Tudo isso é uma questão moral que deveria morar em todos os corações.

Vemos que hoje temos uma ação bem mais ampla e ostensiva dos grupos ambientalistas que esmiuçam tudo, o impacto de uma barragem, a suposta radiação das placas que captam energia solar e o impacto do desvio das rotas de vento na energia solar. Mas ainda precisamos olhar fora da latrina.

Esperando o Marco

O novo Marco Legal do Saneamento, sancionado em julho do ano passado, tem um objetivo ambicioso: 99% da população com acesso a água potável, e 90% com esgoto coletado e tratado até 2033.

Hoje, 35 milhões não têm água, e 100 milhões, ou 56%, não têm tratamento de esgoto.

O governo entra com R$ 7 bilhões, e a lei abre para a iniciativa privada entrar inclusive com consórcios intermunicipais.

Há controvérsias, mas do que jeito que está não dá.

Influência federal na disputa baiana é forte, mostra pesquisa do Paraná

  • Levi Vasconcelos
  • 22 Mai 2021
  • 11:22h

(Foto: Reprodução)

Pesquisas a pouco mais de um ano das eleições só têm uma serventia: sinalizar para o cenário que se desenha no entorno da disputa, e a do Paraná, divulgada em parceria com o site Bahia Notícias, reflete precisamente o sentimento entre políticos: Jaques Wagner está turbinado por Lula, e ACM Neto é competitivo, mas está sem referência federal.

Na disputa presidencial, dá Lula com 43,3%; Bolsonaro com 24,6%; e Ciro Gomes com 7,7%. Quando você cola os baianos com eles, o cenário muda: ACM Neto com Ciro Gomes vai a 38%; Jaques Wagner com Lula chega a 33,2%; e João Roma com Bolsonaro fica em 15,2%.

Veja que Neto puxa Ciro Gomes para cima; Lula cai, mas puxa Jaques Wagner também para cima; e Bolsonaro cai, mas também puxa João Roma, que, sozinho, jamais teria isso.

Link federal

ACM Neto diz que a questão federal não influencia tanto na estadual, mas os fatos, de antes e de agora, mostram o contrário.

Com Rui Costa, o PT fecha 16 anos no comando do governo baiano, que ano passado deu sinais de exaustão, o principal deles com as derrotas em Feira de Santana e Vitória da Conquista. A volta de Lula ao cenário mudou o jogo. Requalificou o PT.

Noutra banda, convém notar que Ciro com Neto, e Bolsonaro com Roma, somados, atingem mais de 50%, o que quer dizer: a questão principal é saber como a oposição vai se ajustar.

2022 está longe, mas em termos eleitorais, já começou. Agora é ver como acaba.

A Mediação no Processo Judicial

  • Por Filipe Denki e Carlos Alberto Vilela Sampaio
  • 20 Mai 2021
  • 11:20h

(Foto: Ilustrativa)

A recente reforma da Lei de Falência e Recuperação de Empresas (Lei nº 11.101/05), com advento da Lei nº 14.112/20, trouxe uma seção especial intitulada "das conciliações e das mediações antecedentes ou incidentais aos processos de recuperação judicial".

Por sua vez, o Código de Processo Civil (CPC) estabeleceu o sistema multiportas no Brasil, incentivando o uso dos métodos adequados para a resolução de conflitos, tais como a conciliação, a mediação e a arbitragem.

De acordo com o § 3º do art. 3º do CPC, "a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial". O artigo 334, por sua vez, dispõe como será a audiência de conciliação ou de mediação no âmbito do Poder Judiciário.

Já a Lei nº 13.140/15 regulamentou de forma mais minudente, no nosso ordenamento jurídico, o procedimento de mediação judicial e extrajudicial como mecanismo de solução consensual de controvérsias.

Note-se que, antes mesmo da reforma da Lei de Falência e Recuperação de Empresas, o Enunciado nº 45, aprovado na I Jornada de Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios do Conselho da Justiça Federal, já havia firmado o entendimento de que "a mediação e conciliação são compatíveis com a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, bem como em casos de superendividamento, observadas as restrições legais".

A recuperação judicial é o processo pelo qual o empresário ou sociedade empresária em crise econômico-financeira, e que se mostra viável, propõe a renegociação de suas dívidas por meio de um plano de recuperação e, ainda, promove a reestruturação empresarial sob a supervisão do Poder Judiciário.

O objetivo da recuperação judicial, nos termos do art. 47 da Lei nº 11.101/05, é viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, preservando a empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

O processo de recuperação judicial, portanto, constitui um procedimento de renegociação de dívidas entre devedor e seus credores através de diversos meios de recuperação exemplificativamente previstos no art. 50 da Lei de Falência e Recuperação de Empresas, como é o caso de concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas e venda parcial dos bens, que podem ser desenvolvidos com o auxílio da mediação ou da conciliação.

De acordo com os dispositivos ora inseridos na Seção II - A, a conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em sentido contrário ou determinação judicial.

A mediação poderá ser proposta em caráter antecedente, ou seja, antes do pedido de recuperação judicial, ou incidentalmente nos processos já em andamento, sendo admitida em casos de disputas entre os sócios e acionistas de sociedade em dificuldade ou em recuperação judicial, bem como nos litígios que envolverem credores não sujeitos à recuperação judicial, nos termos dos § 3º e 4º do art. 49 da Lei nº 11.101, ou credores extraconcursais.

São admitidas ainda a conciliação e a mediação em conflitos que envolverem concessionárias ou permissionárias de serviços públicos em recuperação judicial e órgãos reguladores ou entes públicos municipais, distritais, estaduais ou federais; na hipótese de haver créditos extraconcursais contra empresas em recuperação judicial durante período de vigência de estado de calamidade pública, a fim de permitir a continuidade da prestação de serviços essenciais; e na hipótese de negociação de dívidas e respectivas formas de pagamento entre a empresa em dificuldade e seus credores, em caráter antecedente ao ajuizamento de pedido de recuperação judicial.

Na hipótese de negociação antecedente, as empresas em dificuldade que preencham os requisitos legais para requerer recuperação judicial poderão obter tutela de urgência cautelar, a fim de que sejam suspensas as execuções contra elas propostas pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, para tentativa de composição com seus credores em procedimento de mediação ou conciliação já instaurado perante o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Tribunal competente ou da câmara especializada.

A Lei de Falência e Recuperação de Empresas veda a conciliação e a mediação sobre a natureza jurídica e a classificação de créditos, bem como sobre critérios de votação em assembleia-geral de credores.

Preconiza a lei recuperacional que o acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação deverá ser homologado pelo juiz competente e as sessões de conciliação e de mediação poderão ser realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc do Tribunal competente ou a câmara especializada responsável disponham de meios para a sua realização.

Por fim, está previsto que é dever do administrador judicial, sempre que possível, estimular a conciliação, a mediação e outros métodos adequados de solução de conflitos relacionados à recuperação judicial e à falência, respeitados os direitos de terceiros. Neste ponto, é importante ressaltar que não cabe ao administrador judicial figurar como mediador, mas tão somente estimular o uso desses mecanismos, assim como o próprio magistrado.

A mediação nos processos de insolvência empresarial trará inúmeras vantagens, especialmente a maior flexibilidade na negociação e na construção de soluções; a redução da assimetria de informações entre as partes, situação existente em todos os processos de recuperação judicial; diminuição do tempo e do número de recursos; o incremento na eficiência da comunicação entre as partes; redução da litigiosidade que naturalmente seria endereçada ao Juízo e, adiante, ao Tribunal.

Não temos dúvidas, portanto, de que os métodos adequados de solução de conflitos, e em especial a conciliação e a mediação, serão um instrumento extremamente eficaz para o atingimento do objetivo maior da recuperação judicial que é a manutenção da empresa e da sua função social. E, considerando as inúmeras disputas surgidas em decorrência da pandemia, devemos reconhecer que esses mecanismos são mais do que nunca necessários.

E eis que a pandemia escancara a imoralidade, de políticos e outras

  • Levi Vasconcelos
  • 05 Abr 2021
  • 18:16h

Política não é a atividade mais descarada, é a mais escancarada. Se a representação é assim é porque a sociedade é assim | Imagem Ilustrativa

Não é algo fedorento ver os deputados aumentarem o direito de gastos com saúde em 170% (de R$ 50 mil para R$ 135,4 mil)? A democracia que eles tanto defendem é para isso?

As perguntas aí, do leitor Jean Ventura, da Pituba, Salvador, são oportunas.

Por parte, meu caro. Primeiro, sim. Fede muito, sobretudo quando muitos estão morrendo nas portas dos hospitais com Covid, e mulheres grávidas parindo quase na rua. E nós, não eles, é que queremos democracia para isso, denunciá-los, dizer da indignação coletiva que tais atos causam.

No caso dos deputados, mostra que políticos em geral agem absolutamente na contramão do bom senso, o clássico ‘primeiro o meu, depois o teu’. Deveria ser o inverso.

Lé com cré

Mas dizem que momentos difíceis como a pandemia sempre nos deixam lições. E uma delas é a exposição das fragilidades morais que grande parte da sociedade ostenta.

Aí emergem episódios tristes de todos os cantos. A enfermeira que por desatenção ou má fé fingiu que estava vacinando; os bandidos de arma em punho assaltando postos médicos para carregar vacinas; e, a cereja do bolo da imoralidade, a falsa enfermeira que estava aplicando vacinas falsas para políticos e empresários que pretendiam furar fila via submundo.

Como se vê, caro Jean, só para botar os pingos nos is, política não é a atividade mais descarada, é a mais escancarada. Se a representação é assim é porque a sociedade é assim.

Bolsonaro perde briga contra a ciência. Os sinais são de que ele está muito só

  • Levi Vasconcelos
  • 24 Mar 2021
  • 06:53h

Ontem, enquanto milhares morriam, o presidente tentava salvar a pele do general Eduardo Pazzuelo, que seguiu a cabeça do chefe e deixa o Ministério todo complicado | Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro seguiu os passos do amigo Donald Trump na briga contra a Covid, e parece caminhar para ter o mesmo destino político. O documento divulgado por banqueiros, economistas e empresários rogando para que ele corrija o prumo diante da pandemia mostra a imensidão da solidão em que o presidente se encontra, mandando o povo ir para rua e ignorando os mortos.

Um contransenso primário, rústico, atrasado, brigar com a ciência, que, convenhamos, nas circunstâncias atuais, merece o mais profundo do nosso respeito e o mais efusivo dos aplausos, atividade essencialíssima, uma poderosa aliada da vida, a humana no topo.

Gripe espanhola

A gripe espanhola pintou na terra em 1918, 102 anos atrás. Dizem que matou mais de 50 milhões de pessoas. Ressalva importante: na época, os cientistas nem sabiam o que era vírus, algo só identificado em 1930.

A primeira vacina contra a gripe espanhola, a nossa hoje contra o H1N1, só aconteceu em 1940. Os cientistas da atualidade produziram uma vacina em menos de um ano. Ou seja, se o Coronavírus ficasse solto tanto tempo como o H1N1, lógico que o estrago seria maior, porque assassino ele é. Não é a tal gripezinha presidencial…

Veja que ontem, enquanto milhares morriam, o presidente tentava salvar a pele do general Eduardo Pazzuelo, que seguiu a cabeça do chefe e deixa o Ministério todo complicado.

Em suma, fica difícil para Bolsonaro chutar quem merece palmas por salvar vidas.

No pior da pandemia, é bom deixar bem claro a questão: sem CPF não tem CNPJ

  • Levi Vasconcelos
  • 02 Mar 2021
  • 18:04h

'Falido se restabelece; falecido, não' | Fotos: Reprodução

Pergunta o leitor Gilvan Meira, da Pituba, se nós achamos correto deixar milhares de pessoas morrendo de fome por causa do lockdown. Gilvan, prezado, como vosmicê se diz simpatizante de Bolsonaro, tem dois tipos de resposta para dizer a mesma coisa: uma na linguagem da civilidade, e outra na dos bolsominos. A primeira: você acha que eu poderia achar correto governos praticarem atos e fatos que os cientistas dizem que poderão expor milhares ao risco de vida? Ou, como bem sintetiza um colega nosso, Kelmo Bernardes: ‘Sem CPF não há CNPJ’. A segunda: Vá sifu. Fico com o médico Clóvis Roberto Almeida, o doutor Almeida (Pros), prefeito de Canavieiras, popularmente conhecido como ‘O Doido’, também bolsomino. Ele diz que falido se restabelece; falecido, não.

Será Daniel a segunda onda do gabinete do ódio? Melhor vacinar

  • Levi Vasconcelos
  • 19 Fev 2021
  • 16:29h

A terceira onda desse jogo é que interessa aos baianos. Como vão ficar Rui Costa e ACM Neto? | (Foto: Reprodução)

Dizem nas redes sociais que Daniel Silveira (PSL-RJ), o deputado que está preso por xingar membros do STF com palavras do mais baixo calão em nome da liberdade de expressão, é a segunda cepa do gabinete do ódio, tão bem alimentado por Bolsonaro na primeira metade do mandato.

E aí vem o tempero: ‘Se o vírus se alastra, vamos precisar de duas vacinas, contra a Covid e contra a raiva’. E em Brasília ontem a pergunta rolava: Bolsonaro se vacinou contra a raiva?

O presidente, agora usando como tática a caça de aliados políticos no Congresso Nacional, deixou o gabinete do ódio, e trilha o ‘toma-lá-dá-cá’, ao que parece, muito satisfeito. E no caso Daniel, disse que o governo não tem nada com isso.

Trump

Dizem que Bolsonaro mudou o disco depois da derrota do amigo Donald Trump, o presidente dos EUA que aferrou-se ao mandato no mais clássico estilo dos ditadores das republiquetas do terceiro mundo, e só saiu na marra.

Bolsonaro dá a sensação de estar tentando guinar para o jogo político clássico. E tem chances. Ele já detonou Wilson Witzel, do Rio; Sérgio Moro, Luiz Henrique Mandetta e quase que também João Dória, de São Paulo, todos dois anos atrás, potenciais concorrentes em 2022.

E será que a segunda cepa do gabinete do ódio tem alguma chance? A vacina para ele é a democracia.

A terceira onda desse jogo é que interessa aos baianos. Como vão ficar Rui Costa e ACM Neto

Anseios por uma livre expressão modernista: A Semana de 22

  • Danielly Dias Sandy
  • 13 Fev 2021
  • 13:23h

(Imagem: Reprodução)

Há 99 anos sobrevinha no Brasil um evento marcante e com propostas revolucionárias não apenas para a arte, como também para outros segmentos na sociedade. De 13 a 18 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, abria-se ao público a Semana de Arte Moderna, sendo uma sagaz reunião de artistas brasileiros que apresentavam, além de ideias transformadoras, sua arte por meio da pintura, escultura, arquitetura, poesia, música, dança e mais.  

Porém, como nada vem do nada, para o historiador brasileiro Mário da Silva Brito, o ‘estopim’ para a realização da Semana de 22 foi a exposição da artista Anita Malfatti, realizada em 1917, a partir da qual ela sofreu severas críticas de Monteiro Lobato. E no texto crítico Lobato defendia a ideia de uma ‘arte pura’ em detrimento dos ‘ismos’ dos movimentos artísticos europeus modernos que tomavam força naquele período. Mas, se por um lado Malfatti era duramente criticada por Lobato e mal vista pela sociedade conservadora, por outro tornava-se ícone da vanguarda que ansiava transcender o conservadorismo na arte e cultura brasileira.

Dentre os envolvidos na Semana de Arte Moderna, podemos destacar nomes de exímia sensibilidade como Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Menotti Del Picchia, Victor Brecheret, Heitor Villa-Lobos. A proposta era transformadora e tinha como objetivo renovar a visão artística do país a partir de uma estética mais voltada aos aspectos nacionais. E assim evocavam com entusiasmo a brasilidade na arte para substituir o academicismo pela livre expressão modernista. Buscava-se romper com o conservadorismo e a rigorosa formalidade parnasiana que se opunha à liberdade lírica tão desejada pelos modernos e românticos.

E embora o evento tenha ocorrido por apenas alguns dias, foi de grande repercussão as suas propostas, cabendo evidenciar, inclusive, sua relevância no que se refere à preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Isso pois, na Semana de 22 vieram à tona ideias que propulsionaram a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937. Não obstante, as primeiras políticas públicas para a cultura no Brasil, implementadas sob aos auspícios do Governo de Vargas, também contaram como aporte ideias dos artistas modernistas.

Ou seja, uma revolução artística e social com vistas a criar algo novo sem, no entanto, deixar de preservar o que fora criado no passado. De forma clara, esse cuidado seria essencial por ir de encontro com a ideia que justamente propunha o fortalecimento de uma identidade brasileira. Algo que, sem dúvida, não poderia ser visto de outra forma senão como um grande desafio.

Contudo temos consciência de que vivemos hoje em um contexto distinto daquele da Semana de 22, mas não tão pouco caótico e sedento de transformações. Assim percebemos, além do mais, o valor da arte e cultura para a nossa sociedade e de quanto o trabalho, críticas e ideias dos artistas são necessários e podem contribuir efetivamente com o nosso país.

Bolsonaro invade os caminhos de Rui e ACM Neto. É 2021 com ares de 2022

  • Levi Vasconcelos
  • 07 Fev 2021
  • 08:14h

Rui já não tinha um link federal; vai tentar forjar um como hoje, lá é lá, cá é cá. E Neto vai a reboque dos amigos ou vai buscar outra via? Levi Vasconcelos | Foto: Reprodução

Dos últimos movimentos políticos em Brasília resultam uma certeza e duas incertezas. A certeza: Bolsonaro passou a controlar o Congresso (ou Câmara e Senado). De lambuja, ensaia o jogo político para 2022 no mais clássico estilo do toma-lá-da-cá federal.

As incertezas emergem daí: como ficam Rui Costa e ACM Neto neste novo cenário, já que aliados dos dois entraram de sola no esquemão?

Em miúdos: Rui Costa tem João Leão, seu vice, que é do PP, partido ao qual Bolsonaro cogita se filiar, cujo filho, o deputado federal Cacá Leão, é o líder do partido, o mesmo de Arthur Lira, o presidente da Câmara abençoado pelo Planalto. De quebra, com apoio do PSD de Otto Alencar.

Lá e cá

E ACM Neto, após sair chamuscado pela implosão do DEM, ficou com seus aliados baianos, capitaneados pelos deputados Elmar Nascimento e Paulo Azi, a reboque de Bolsonaro.

Neto diz que não vai nomear nem um porteiro, mas lá em Brasília os humores dos aliados dele são outros, como os deputados João Roma e Bispo Marinho, ambos do Republicanos, citados como possíveis ministros.

Claro que tudo isso aí é na linha do ‘se não for, tudo bem. Se for melhor’, mas seja como for, fica evidente que os dois estão mais harmonizados com os novos tempos lá do que preocupados cá.

Rui já não tinha um link federal. Vai tentar forjar um como hoje, lá é lá, cá é cá. E Neto vai a reboque dos amigos ou vai buscar outra via?